Quando dezembro chega, o imaginário coletivo costuma girar em torno do Natal. Mas, enquanto boa parte do planeta monta árvores e troca presentes, milhões de pessoas celebram outras tradições, algumas milenares, outras mais recentes, todas muito vivas. 

Essas festividades mostram que o fim do ano é um período de múltiplas identidades culturais. Enquanto alguns celebram o Natal, outros marcam o solstício, a colheita, a ancestralidade, a resistência ou a renovação espiritual. 

Aqui está uma seleção de festividades realmente comemoradas hoje em dia, que mostram como o fim do ano é plural. 

1. Hanukkah (ou Chanucá) | Judaísmo 

Celebrado por comunidades judaicas no mundo inteiro, o Hanukkah dura oito noites e costuma cair entre o fim de novembro e o fim de dezembro. É uma das festas mais conhecidas do judaísmo e celebra o “milagre do azeite”, quando uma pequena quantidade de óleo manteve o Templo de Jerusalém iluminado por oito dias.

Hoje, famílias judaicas ao redor do mundo acendem a menorá diariamente durante oito noites, acrescentando uma vela a cada dia. A celebração inclui orações, músicas tradicionais, jogos com o dreidel e comidas fritas em óleo, como latkes e sufganiot, simbolizando o milagre da luz. 

Como se celebra: 

– Acendimento da menorá 

– Jogos com o dreidel 

– Comidas tradicionais como latkes e sufganiot 

Hanukkah (ou Chanucá) | Foto: Reprodução

2. Yule | Tradições pagãs e neopagãs 

O Yule, ligado ao solstício de inverno, é celebrado até hoje por praticantes de paganismo moderno, wicca e movimentos neopagãos. É celebrado por praticantes de tradições pagãs e neopagãs, especialmente wiccanos, como uma festa do solstício de inverno. A data marca o retorno gradual da luz após a noite mais longa do ano.

As celebrações incluem rituais que exaltam a natureza, o renascimento e a renovação, com o uso de velas, ervas, troncos decorados e refeições comunitárias. Muitas práticas modernas de Yule influenciaram tradições natalinas, mas a festa mantém identidade própria e espiritualidade ligada aos ciclos naturais. 

Como se celebra: 

– Rituais ligados ao renascimento da luz 

– Uso de elementos naturais na decoração 

– Reuniões, banquetes e celebrações comunitárias 

Yule | Foto: Reprodução

3. Kwanzaa | Cultura afro-americana 

Criado em 1966, o Kwanzaa segue firme como uma celebração da herança africana na diáspora, especialmente nos Estados Unidos. É uma celebração da cultura afro-americana criada em 1966 e realizada de 26 de dezembro a 1º de janeiro. A festa gira em torno dos sete princípios do Nguzo Saba, como união, responsabilidade coletiva e criatividade.

Cada dia é dedicado a um desses valores, simbolizados pelo acendimento das velas da kinara. As famílias celebram com música, dança, artesanato, refeições típicas e reflexões sobre identidade, comunidade e ancestralidade. 

Como se celebra: 

– Acendimento da kinara 

– Reflexões sobre os sete princípios (Nguzo Saba) 

– Dança, música, artes e encontros familiares 

Kwanzaa | Foto: Reprodução

4. Dongzhi | Tradição chinesa 

O Festival do Solstício de Inverno é celebrado por famílias chinesas e comunidades da diáspora. É celebrado por comunidades chinesas e da diáspora, marca o solstício de inverno e simboliza o retorno da energia positiva e da luz.

É um momento de reunião familiar e de homenagens aos ancestrais. Um dos elementos mais tradicionais é o consumo de tangyuan, bolinhas de arroz doce que representam união e prosperidade. Em muitas regiões, o Dongzhi é considerado tão importante quanto o Ano Novo Lunar. 

Como se celebra: 

– Reuniões familiares 

– Consumo de tangyuan (bolinhas de arroz doce) 

– Homenagens aos ancestrais 

Dongzhi | Foto: Reprodução

5. Pancha Ganapati | Hinduísmo moderno 

Embora seja uma celebração relativamente recente, Pancha Ganapati é praticado por famílias hindus, especialmente no Ocidente. É uma celebração moderna do hinduísmo, criada como alternativa cultural ao clima natalino no Ocidente. Realizada de 21 a 25 de dezembro, a festa homenageia Ganesha, o deus da sabedoria e da superação de obstáculos.

As famílias montam um altar colorido com a imagem de Ganesha e decoram o espaço com flores, frutas e presentes. Cada dia é dedicado a práticas de reconciliação, gratidão e harmonia familiar, reforçando valores espirituais e comunitários. 

Como se celebra: 

– Montagem de um altar para Ganesha 

– Troca de presentes 

– Práticas de reconciliação e harmonia familiar 

Pancha Ganapati | Foto: Reprodução

6. Makar Sankranti | Pongal (Índia) — Hinduísmo 

Embora ocorra em janeiro, muitas comunidades começam os preparativos no fim de dezembro. É uma celebração agrícola e espiritual amplamente praticada. Makar Sankranti, e sua versão mais conhecida no sul da Índia, o Pongal, tem preparativos que começam no fim de dezembro.

É uma festa agrícola que marca a transição do sol para um novo ciclo e agradece pela colheita. As famílias decoram casas, preparam pratos tradicionais como o pongal doce, realizam rituais de gratidão e participam de festivais comunitários com música, dança e competições culturais. 

Como se celebra: 

– Festas comunitárias 

– Preparação de pratos tradicionais 

– Rituais de agradecimento pela colheita 

Makar Sankranti | Pongal (Índia) | Foto: Divulgação

7. Las Posadas (México e América Central) | Tradição cristã não-natalina 

Embora ligada ao período natalino, Las Posadas não celebra o Natal em si, mas a jornada de Maria e José. É uma tradição viva em vários países latino-americanos. É uma tradição muito viva no México e em países da América Central, celebrada de 16 a 24 de dezembro.

Embora faça parte do período natalino, a festa não celebra o Natal em si, mas a jornada de Maria e José em busca de abrigo. As comunidades realizam procissões simbólicas, cantam músicas tradicionais e recriam a busca por hospedagem. As noites terminam com festas, comidas típicas e a tradicional quebra de piñatas, especialmente entre as crianças. 

Como se celebra: 

– Procissões simbólicas 

– Música, comida e encontros comunitários 

– Quebra de piñatas 

Las Posadas (México e América Central) | Foto: Reproduçã

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