WhatsApp deixa de cobrar anuidade de usuários
18 janeiro 2016 às 12h16

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Aplicativo estabelecia taxa de US$ 1 depois de um ano utilizando o serviço. Segundo presidente-executivo na empresa, decisão foi tomada para não perder usuários

O aplicativo de mensagens WhatsApp pode ser baixado gratuitamente em qualquer smartphone, mas, depois de um ano, o usuário tem que pagar uma taxa de US$ 0,99 por ano para seguir usufruindo do serviço. A taxa, no entanto, não será mais cobrada, segundo anúncio feito pelo presidente-executivo do WhatsApp, Jan Koum, em uma conferência em Munique, na Alemanha.
Koum explicou que a suspensão da anuidade foi motivada pelo receio de perder usuários, já que “boa parte” deles não tem “cartão de crédito ou débito e estávamos preocupados em perdê-los após o primeiro ano de uso”.
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De acordo com o presidente-executivo, as ferramentas de pagamento deverão ser removidas nas próximas semanas, mas a suspensão da taxa passa a valer imediatamente. “Nós não queremos que ninguém tenha sua comunicação cortada por causa de um problema de cartão de crédito”, explicou.
Segundo Koum, o WhatsApp atingiu, em 2015, a meta de 990 milhões de usuários e percebeu que a cobrança da anuidade, fonte de lucro para o Facebook, que comprou o aplicativo em 2014 por US$ 22 bilhões, não era uma boa estratégia. “Conforme crescemos, descobrimos que essa abordagem não funcionou bem. Muitos usuários ficavam preocupados em perder acesso a seus amigos e família após seu primeiro ano”, afirmou ele.
Uma das possibilidades de continuar gerando lucro seria introduzir anúncios no aplicativo, o que foi descartado pela empresa. Apesar de não veicular anúncios, entretanto, o WhatsApp pretende lançar ferramentas que possibilitem o contato direto dos usuários com empresas e organizações.
Na prática, afirmou ele, o usuário poderia utilizar o aplicativo para resolver problemas diretamente com determinada empresa. “Isso pode significar se comunicar com seu banco sobre se uma transação recente foi fraudulenta, ou com uma companhia aérea sobre um voo atrasado”, explicou.
A gratuidade do aplicativo também pode ser uma maneira de manter a hegemonia do WhatsApp, que já tem alguns concorrentes no segmento. Em dezembro de 2015, por exemplo, uma decisão judicial suspendeu o aplicativo por 48 horas no Brasil e alguns usuários optaram por baixar apps similares, como o Telegram, para manter a comunicação com seus contatos.