PDT goiano decide por aliança com a base governista

16 junho 2014 às 19h30

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Maioria das lideranças no diretório do partido votou por apoio a Marconi Perillo durante reunião da legenda. Sigla agora irá levar o resultado ao diretório nacional, para, por fim, confirmar parceria com tucanos em Goiás
Espremidos em um aposento do pequeno diretório do PDT, no Setor Bueno, vereadores, prefeitos e vice-prefeitos deram suas opiniões nesta segunda-feira (16/6), debatendo com quem deveria ser a aliança do PDT. Mesmo sendo ex-presidente da legenda e uma liderança expressiva, a deputada federal Flávia Morais, cujo rosto está estampado na fachada do local, não quis falar. Seu marido, ex-prefeito de Trindade e atual presidente da sigla em Goiás, George Morais, foi quem contabilizou os votos e deu seguimento ao evento. Ainda sem divulgar o resultado, mas deixando óbvia a posição que finalmente será tomada pelo PDT, George disse à imprensa: “Vocês já viram aqui que o indicativo é apoio a Marconi Perillo”.
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O documento que será feito a partir dos votos desta segunda-feira (16) será levado ao diretório nacional para que haja um aval e possam declarar seu apoio a quem já sinalizavam: o governador de Goiás. A votação, com o objetivo de mostrar como a democracia funciona na sigla, apenas reafirmou o que vinha sendo discutido. Afastada de Vanderlan (PSB), com Júnior Friboi (PMDB) fora da disputa, e sem se inclinar fortemente sobre Antônio Gomide (mesmo com algumas conversações), tampouco sobre Iris Rezende (que tentou por diversas vezes estabelecer um canal com a deputada), Flávia Morais, que pretende se recandidatar ao cargo de deputada federal, viu que a base governista é onde encontrará maior estrutura para viabilizar sua reeleição. E é isso que os presentes não deixavam de reafirmar ao pegar o microfone para dizerem seus posicionamentos. “Não podemos deixar de escolher o que vai se melhor para Flávia, que é nossa prioridade no momento”, diziam.
De 12 prefeitos, 10 haviam declarado que acreditavam que o PDT deveria ficar ao lado de Marconi Perillo. Misael Oliveira, prefeito de Senador Canedo, foi liberado pela sigla para apoiar o ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso, com quem diz já ter um compromisso. Já o prefeito de Inhumas, Dioji Ikeda, já havia declarado seu apoio ao petista Antônio Gomide, e colocou no evento o seu desejo. “Eu tenho um posicionamento pessoal de seguir Gomide, mas o posicionamento do partido prevalece.” Em conversa ao Jornal Opção Online, Dioji, que se diz movido pelo seu ideal, explicou que gostaria que o partido o liberasse para apoiar Gomide, assim como foi feito com Misael. “Não posso fugir do que for decidido pelo partido, mesmo pela questão da fidelidade partidária.”
Outros presentes também não se mostraram satisfeitos com a decisão de aliança com a base. Entre eles está o vereador Paulinho Graus, apoiador de Iris Rezende declarado, que disse que não apoiava Marconi por um motivo só: “Minha consciência.” De acordo com ele, já teve oportunidade de conhecer tanto Iris quanto Marconi, e por isso acredita que o partido deve refletir melhor antes de apoiar o tucano. “Entendo que ele é o melhor para a Flávia no momento, porque tem a caneta cheia de tinta. Temos que pensar em Flávia, mas o nosso compromisso com o povo vem antes”, afirmou.
Alguns outros vereadores e vice-prefeitos declaram apoio a Vanderlan, Iris e Gomide, sendo que questionavam questões sobre o que o PDT irá receber em uma aliança com a base. O vereador Marco Antônio, de Jataí, por exemplo, afirmou em uma fala longa que não iria dividir palanque com o tucano. “Não subo em palanque com o governador e nem faço campanha para ele.” O que pretendia ser alcançado pela direção do partido, entretanto, foi alcançado. A aliança com Marconi foi a mais apoiada pelos integrantes da sigla que estavam presentes. O Jornal Opção Online perguntou a Geoge Morais há quanto tempo havia sido a última reunião com a base. “Semana passada”, respondeu.