Acuada e com medo de ser morta, prática comum de grupos criminosos para eliminar desafetos, ela vem pleiteando uma delação premiada em troca de benefícios como o perdão da Justiça

Júlia Lotufo, viúva do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, já está detalhando à polícia as ligações de parte da contravenção com o crime organizado. Por ter sido mulher do ex-capitão do Bope, morto na Bahia, em fevereiro do ano passado, numa união estável de cerca de dois anos, ela acumulou informações e pretende com isso um salvo-conduto para escapar da prisão.

Neste momento, ela está em regime de prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, mas teme voltar para trás das grades por ter estado à frente dos negócios do miliciano. Acuada e com medo de ser morta, prática comum de grupos criminosos para eliminar desafetos, ela vem pleiteando uma delação premiada em troca de benefícios como o perdão da Justiça.

A viúva de Adriano responde pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, na 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, em denúncia feita pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio (MPRJ). Há três semanas ela procurou a Polícia Civil na tentativa de contribuir com inquéritos de homicídios — que teriam sido praticados por organizações criminosas ligadas à contravenção — que, há quase 20 anos, estão sem autoria. A informação de que Júlia pretendia uma delação premiada foi publicada no site Metrópoles.