As 62 vítimas do voo da 2283 da VoePass que caiu na tarde da última sexta-feira, 9, não sentiram dor no momento da tragédia. As vítimas morreram de politraumatismo, por conta do impacto da aeronave no chão. A informação é da Folha de S. Paulo.

Segundo o diretor-geral do Instituto Médico Legal de São Paulo, Vladimir Alves dos Reis, à Folha, a morte das vítimas foi instantânea. O politraumatismo é caracterizado por múltiplos traumas no corpo.

Segundo o especialista, não é possível determinar se as pessoas estavam conscientes. Por conta do avião já estar em uma altura considerada baixa, pôde não haver uma diferença tão grande de pressão atmosférica e temperatura. O legista informou que não existe exame que possa determinar quem estaria ou não consciente.

Um exemplo citado por Vladimir é do acidente entre um avião da Gol e um jato executivo. Nesse caso, as aeronaves estavam a cerca de 11 quilômetros de altura. “E a essa altura, ele estava pressurizado, perdeu pressurização, avalia-se e entende-se que as pessoas morreram”, explica.

Nesta semana, a Polícia Científica de São Paulo afirmou que a maior parte, sem dúvida, havia morrido por politrauma. Consequentemente, com a explosão da aeronave, alguns corpos foram atingidos por chamas.

“Se você analisar altura, velocidade [da queda], o local e as condições dos corpos, a a morte foi instantânea”, completa o legista.

Tragédia

Um avião ATR-72, com capacidade para 68 passageiros, caiu no em Vinhedo, interior de São Paulo. As informações foram confirmadas pela EPTV, emissora de TV da região. O avião é da companhia VoePass e havia saído de Cascavel (PR) com destino ao aeroporto de Guarulhos (SP). A VoePass informou que a aeronave era ocupada por 62 pessoas, sendo 58 passageiros e 4 tripulantes. Todos os ocupantes morreram.

Segundo o Corpo de Bombeiros de São Paulo, a queda ocorreu às 13h25 na rua Edueta, na altura do número 2.500. O local é próximo da rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324).

Segundo o site da fabricante, o modelo é conhecido pela alta eficiência no gasto de combustível, além da baixa emissão de CO2. A aeronave, ainda de acordo com a empresa, apresenta bons índices de resistência a “temperaturas extremas, altitudes elevadas, pistas curtas, estreitas e não pavimentadas, aproximação íngreme”.

Segundo o site FlightRadar, a aeronave caiu por volta das 13h22 em um condomínio fechado de Vinhedo, há 70 quilômetros do aeroporto Internacional de Guarulhos. O avião não atingiu nenhuma casa e não há vítimas externas da aeronave.

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