A partir desta terça-feira, 2, solicitar o visto americano se torna um processo mais caro e burocrático. Entraram em vigor as mudanças anunciadas pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, que ampliam a exigência de entrevistas presenciais e criam novas taxas, elevando o custo do procedimento para aproximadamente R$ 2.500 por pessoa. 

Com a nova regra, menores de 14 anos e maiores de 79 anos perdem a isenção e passam a ser obrigados a comparecer aos consulados ou Centros de Atendimento ao Solicitante de Visto (CASVs). Até então, esse público podia obter o documento sem entrevista. Agora, somente categorias específicas, como os vistos diplomáticos, oficiais e militares, além de renovações em condições muito restritas, continuarão sem a obrigatoriedade da presença física.

Entrevista obrigatória para quase todos os solicitantes

O endurecimento das regras segue a linha das políticas migratórias de Donald Trump, que retornou à Casa Branca defendendo um controle mais rígido da entrada de estrangeiros. O governo norte-americano determinou que a entrevista com um funcionário consular será regra para praticamente todos os solicitantes.

Para quem pretende renovar o visto B1/B2, usado para turismo e viagens de negócios de curta duração, ainda há a possibilidade de isenção. Contudo, o interessado deverá cumprir simultaneamente uma série de requisitos. Entre eles, ter tido o documento emitido aos 18 anos ou mais; estar com o visto válido ou vencido há menos de 12 meses; nunca ter recebido uma negativa; e solicitar a renovação no país de origem ou residência. Mesmo assim, os agentes consulares mantêm o poder de convocar o solicitante para uma entrevista a qualquer momento.

Ou seja, o procedimento se torna mais incerto e menos automático: apenas após pagar a taxa, preencher o formulário DS-160 e responder ao questionário online, o viajante será informado se terá de comparecer presencialmente ou não.

Fiscalização de redes sociais 

Além da entrevista obrigatória, outra mudança é que, a partir de agora, candidatos a vistos das categorias F (estudantes acadêmicos e de idiomas), M (estudos técnicos ou vocacionais) e J (intercâmbio cultural e acadêmico) deverão manter suas redes sociais abertas ao público.

Segundo comunicado publicado em 24 de agosto pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, a medida é necessária para que os agentes possam realizar “todas as verificações necessárias para avaliar se o solicitante atende aos requisitos para entrada nos Estados Unidos”.

Vale lembrar que, mesmo no momento da chegada aos EUA, agentes da imigração já podiam solicitar acesso aos perfis pessoais. Caso o viajante se recuse, ele pode ser levado para uma sala de interrogatório ou até ter a entrada negada.

Custos mais altos e novas taxas

Além do aumento da burocracia, o processo de solicitação do visto de não imigrante também ficará mais caro. Em julho, o Congresso dos EUA aprovou a criação da chamada Taxa de Integridade do Visto, no valor de US$ 250, que se soma à tarifa já existente de US$ 185.

Na prática, o custo total sobe para US$ 435, mais de R$ 2.000 na cotação atual. Em alguns casos específicos, haverá possibilidade de reembolso, mas os critérios ainda não foram detalhados.

Outra cobrança será feita em relação ao formulário I-94, documento que registra a chegada e saída do estrangeiro em território norte-americano. Ele passará a custar US$ 24 (cerca de R$ 130). O Departamento de Estado ainda não esclareceu se o valor será pago no ato da solicitação do visto ou apenas no momento da entrada nos EUA. 

A previsão é que essas novas taxas entrem em vigor no dia 1º de outubro, início do ano fiscal americano, embora não exista, até agora, uma confirmação oficial sobre a data.

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