Segundo polícia, mãe do garoto se matou, em 2010, dentro do consultório do marido, o médico Leandro Boldrini

Reprodução
Reprodução

O caso do menino Bernardo, encontrado morto no dia 14 de julho, no município de Três Passos (RS), ganhou nova repercussão com a divulgação de vídeos obtidos durante perícia no celular do médico Leandro Boldrini, pai da vítima e um dos suspeitos do crime. A gravação mostra uma briga entre o garoto, o pai e a madrasta, Graciele Ugulini.

Com as gravações, também foram levantadas suspeitas quanto à morte da mãe do menino Bernardo, que, segundo a polícia, se matou dentro do consultório de Leandro, em 2010. Nos diálogos registrados pelo celular do médico, o nome de Odilaine Uglione é citado pela madrasta em ameaças ao enteado. “O teu fim vai ser o mesmo da tua mãe”, afirma.

Após assistir ao vídeo, a avó materna de Bernardo, Jussara Uglione, disse que irá pedir a reabertura de inquérito sobre a morte de sua filha. Desde que o garoto foi encontrado morto, a família de Odilaine sustenta que ela também teria sido assassinada.

Suposto suicídio

Casada em comunhão de bens com o pai de Bernardo, Odilaine morreu cerca de 72 horas antes de assinar o divórcio, em um acordo que deveria receber R$ 1,5 milhão e uma pensão de R$ 10 mil mensais.

Para a família, o patrimônio também seria um dos motivos para que o casal tenha arquitetado a morte do garoto, uma vez que, quando Leandro morresse, ele teria direito a parte de seu patrimônio.

Confira o vídeo em que Graciele Ugulini aparece fazendo ameaças ao enteado:

https://www.youtube.com/watch?v=MdIyYtcnYo0

Caso

O garoto Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, no município gaúcho de Três Passos, na região Noroeste do Rio Grande do Sul. À época, o pai, o médico cirurgião Leandro Bol­drini, disse que o filho teria ido à tarde para a cidade de Frederico West­phalen com a madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, para comprar uma TV.

No dia 14 de abril, entretanto, o corpo do menino foi encontrado na zona rural do município de Frederico West­phalen, enterrado às margens de um rio, em um saco plástico. Segundo a Polícia Civil gaúcha, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal.

As investigações da polícia levaram à constatação de que Leandro Boldrini e a mulher atuaram como mentores do crime e na ocultação do cadáver. Além de planejar uma história fictícia acerca do desaparecimento do garoto Bernardo para se livrar da acusação, o médico teria auxiliado na compra de Midazolam, um forte sedativo que se aplicado em grandes doses pode causar inconsciência. Graciele Ugulini teria atuado na ocultação do cadáver, juntamente com a amiga Edelvânia Wirganovicz e o irmão Evandro.