Com atraso nas obras, Casa da Mulher Brasileira deve ser inaugurada somente em 2025
11 novembro 2024 às 12h23
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Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção, a vice-prefeita Coronel Cláudia da Silva Lira (Avante) afirma que um dos focos da nova gestão é melhorar o abrigamento e a assistência às mulheres em situação de violência em Goiânia. De acordo com a Coronel Cláudia, uma das principais iniciativas envolve a Casa da Mulher Brasileira, espaço dedicado ao acolhimento e suporte dessas mulheres. Contudo, até que o projeto esteja totalmente implementado, alternativas como parcerias com a rede hoteleira local estão sendo consideradas. Além disso, a administração busca exemplos de sucesso em outros estados e países, adaptando as melhores práticas à realidade de Goiânia para fortalecer a rede de apoio.
Enquanto a Casa da Mulher Brasileira não está plenamente funcionando, a vice-prefeita estuda soluções provisórias que garantam a segurança dessas mulheres. “Estamos buscando alternativas, como convênios com redes hoteleiras, para que possamos oferecer um espaço adequado e seguro para o abrigamento”, afirmou Cláudia. Ela destacou ainda que a gestão do prefeito Sandro Mabel (UB) está comprometida em implementar práticas bem-sucedidas adotadas em outras cidades, sem desconsiderar ideias viáveis que já haviam sido planejadas por gestões anteriores.
Para a vice-prefeita, a continuidade de iniciativas que mostraram bons resultados é essencial. “O Sandro tem essa visão de que não se trata de começar do zero, mas sim de aproveitar tudo aquilo que já estava encaminhado e é viável”, disse Cláudia. Segundo ela, o importante é que as ações da prefeitura mostrem um compromisso claro com a cidade, independentemente de quem teve a ideia inicial. “Se uma boa ideia é factível, por que não implementá-la?”, questionou.
Parceria com o terceiro setor
Outro pilar das ações de apoio às mulheres em Goiânia é o fortalecimento de parcerias com instituições do terceiro setor, que já realizam trabalhos sociais. A vice-prefeita destacou o trabalho de uma instituição em parceria com o Sistema S, conjunto de entidades representado pelo Sesi, Senai e Sesc, que recentemente formou 40 mulheres em um curso de panificação na região Noroeste. Essas mulheres agora fazem parte de uma cooperativa que já está gerando renda ao comercializar pães na região, com um retorno financeiro médio de R$ 2 mil por mês. Em outro ponto da cidade, no Jardim Cerrado, o projeto é focado na capacitação em costura, onde as participantes também já obtêm uma renda estável.
A ampliação dessas iniciativas para outras regiões é um dos objetivos da atual gestão. “Queremos que todas as regiões de Goiânia tenham acesso a esse tipo de oportunidade, que contribui para a autonomia financeira e fortalece a rede de proteção”, afirmou Cláudia.
Enfrentamento da violência contra a mulher
Para a vice-prefeita, a Patrulha Maria da Penha, que se transformou em batalhão, desempenha um papel crucial na efetivação das medidas protetivas. No entanto, ela ressalta que a assistência à mulher não deve se limitar ao período logo após uma agressão. “Precisamos pensar em como cuidar da mulher depois que ela sofre violência, mas também em estratégias para prevenir que isso ocorra”, explicou Cláudia. Ela defende que é fundamental incluir os homens nesse processo, promovendo medidas que reduzam as chances de que eles se tornem agressores.
Entre as iniciativas previstas, a prefeitura pretende desenvolver ações educativas para crianças e adolescentes, voltadas à prevenção da violência desde a infância. Cláudia acredita que a educação é uma ferramenta poderosa para incutir valores de respeito e empatia, fundamentais para prevenir comportamentos violentos no futuro. “É importante trabalharmos desde cedo temas como respeito às diferenças, prevenção ao bullying e atitudes não violentas, de forma transversal ao currículo escolar”, destacou.
Em nota ao Jornal Opção, a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres esclareceu que as obras da Casa da Mulher Brasileira tiveram início em 31 de março de 2023 e a construção continua em andamento, passando por uma reprogramação do projeto junto à Caixa Econômica Federal. A Prefeitura de Goiânia esclareceu que a inauguração deve ocorrer somente em 2025, mas não especificou o mês.
Confira nota completa da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres
A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, vem esclarecer que a obra da Casa da Mulher Brasileira teve início em 31 de março de 2023, com a assinatura da Ordem de Serviço N.° 01/2023.
Atualmente, a obra está em fase de execução, com a realização de reprogramação do projeto em andamento junto à Caixa Econômica Federal. A necessidade dessa readequação foi identificada durante a fase de fundação da construção, em função de questões técnicas que demandam ajustes. A Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres reafirma que a obra está sendo acompanhada de perto pela equipe técnica da SEINFRA, incluindo o fiscal de obras designado, garantindo o cumprimento dos requisitos necessários para o andamento seguro e eficiente da construção.
Em relação ao prazo de conclusão da obra, um aditivo foi realizado ao convênio deste mês, o que estabelece a nova previsão para entrega da Casa da Mulher Brasileira em 2025.
Cabe destacar que, enquanto a construção da Casa da Mulher Brasileira não é concluída, a rede de proteção à mulher segue em pleno funcionamento no município. As ações de defesa e promoção dos direitos das mulheres são garantidas por diversas instituições, incluindo a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, Patrulha Mulher Mais Segura (AGCM), Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher (NUDEM), Superintendência da Mulher do Estado de Goiás (SEDS), Ministério Público, Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher (DEAM) e Patrulha Maria da Penha (PMGO).
Secretaria Municipal de Politicas para as Mulheres (SMPM)
Prefeitura de Goiânia