Vice-governador diz que ações são “criminosas” e “afrontam direito do cidadão”
20 maio 2016 às 16h44

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Titular da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP-GO), José Eliton (PSDB) repudiou “atos violentos” em protesto realizado na quinta-feira (19/5)

“Essas as ações serão tratadas como criminosas.” A determinação do vice-governador e secretário estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP-GO), José Eliton (PSDB), é clara quanto ao que ele caracterizou como “vandalismo” praticado durante manifestação na Praça Cívica na tarde de quinta-feira (19/5).
Em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (20), José Eliton deu detalhes da ação. Em suas palavras, a descrição de uma cena que foi descrita como intolerável pela SSPAP-GO: encapuzados atearam fogo em pneus para impedir o tráfego de veículos em horário de rush, feriram três policiais e lançaram coquetel molotov em ônibus, colocando em risco a vida de passageiros e transeuntes.
“São movimentos que afrontam o direito do cidadão, vilipendiam a ordem pública, que buscam causar tumultos e transtornos”, declarou o vice-governador durante coletiva de impensa no auditório da secretaria.
Entre as ações para combater a “ação criminosa” em manifestações está a determinação para que o Comando Geral da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) abra procedimento de promoção por “ato de bravura” aos três policiais feridos ontem. Paulo de Oliveira Arraes, capitão e supervisor do Comando de Policiamento da Capital (CPC), teria levado uma pedrada na testa e foi submetido a uma cirurgia.
Outro ferido, o sargento Reginaldo Alves Ribeiro sofreu queimaduras no braço e o cabo Dureis Manoel dos Santos teve o rosto queimado, informou o secretário e vice-governador.
“Em momento nenhum (os atos de quinta) se assemelham às manifestações legitimas e democráticas”, afirmou José Eliton. Para o tucano, “estes movimentos não têm sequer identificação, autor, pauta estritamente definida e atuam fora dos limites da lei”.
“Quero deixar muito claro a posição a respeito das forças de segurança pública em Goiás: os policiais têm o nosso total apoio. Qualquer movimento que saia dos estritos limites permitidos pela Constituição terá reação pronta, dura e energética. Esta é uma determinação que será seguida pelos diversos comandos.”
Coquetel molotov
De acordo com o secretário, o que mais chamou a atenção das autoridades e da Segurança Pública em Goiás foi a imagem de um coquetel molotov lançado contra um ônibus durante a manifestação. José Eliton destacou o risco de “explosão que poderia ceifar vidas”.
No momento em que o coquetel molotov foi lançado, uma equipe do Corpo de Bombeiros apagou as chamas no veículo. Estão entre os crimes citados pelo secretário que teriam sido praticados por parte dos manifestantes lesão corporal, danos ao patrimônio público e privado, aliciamento de menores, com dois deles apreendidos.
Raphael de Oliveira Santiago, de 23 anos, e Pedro Henrique Linhares, de 20 anos, foram presos durante a manifestação, informou o secretário. “Aviso e coloco com muita clareza. Não ultrapassem os limites. Não depredem o patrimônio público. Não vilipendiem o patrimônio privado. As forças policiais estão prontas e vão agir para assegurar, com muito rigor e força, a ordem pública em Goiás”, avisou José Eliton.
Para o comandante-geral da PM-GO, coronel Divino Alves, enquanto os manifestantes “não se atentarem contra a ordem e a segurança pública”, a atuação dos policiais se limitará a “garantir o direito à livre manifestação”. Divino Alves citou caso recente, nos atos a favor e contra o processo de impeachment que envolve a presidente da República Dilma Rousseff (PT), sem registro de qualquer incidente ou uso da força para reprimir atos criminosos.
Manifestação
Contra o segundo chamamento público de gestão compartilhada entre Estado e Organizações Sociais (OSs) das escolas estaduais, os manifestantes protestaram na porta do Palácio Pedro Ludovico Teixeira na tarde de quinta-feira. Segundo os participantes, eles isolaram o trânsito até que algum representante do governo, de preferência um secretário, descesse para dialogar com o grupo.
Na versão dos manifestantes, a prisão de Pedro foi desnecessária. Durante a manifestação, os participantes do protestos gritaram “estudantes unidos jamais serão vencidos” e “polícia fascista, você que é terrorista”.
O secretário que eles exigiam que dialogasse com o grupo é Thiago Peixoto (PSD), que ocupa o cargo de deputado federal desde a votação do impeachment na Câmara, em 17 de abril. Desde então, Thiago não faz parte da equipe do governo, da qual se afastou para voltar a exercer suas funções parlamentares em Brasília.
Eles disseram, em vídeos e depoimentos no Facebook, que não houve qualquer ato de violência contra policiais. Tanto Estado quanto os manifestantes apresentaram vídeos para justificar suas versões.
Veja imagens enviadas pela SSPAP-GO:
