Vereadores do PMDB afirmam que quem votar contra prefeito deve entregar cargos
19 novembro 2015 às 15h05
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Base peemedebista na Câmara saiu em defesa do prefeito Paulo Garcia e manifestou parecer favorável ao projeto de reajuste do IPTU
A relação entre PMDB e PT, depois das críticas do vice-prefeito Agenor Mariano (PMDB) ao prefeito Paulo Garcia (PT), tem sido amplamente discutida e a aliança tem sido questionada por filiados de ambos os partidos. Agora, com o envio do projeto de reajuste do IPTU e ITU da capital à Câmara, a busca por uma boa relação com a base peemedebista se torna essencial para que o gestor do município consiga aprovar a matéria.
E a forma de votar o projeto ainda é tema divergente dentro do PMDB. O vereador Mizar Lemes, por exemplo, garante ser da base do prefeito e que não possui intenção alguma de prejudicá-lo, mas que, antes de se posicionar sobre o projeto, terá que analisá-lo. Para o vereador, a matéria foi construída de forma a não prejudicar pessoas de baixa renda, uma vez que os imóveis abaixo de R$ 200 mil terão aumento somente em relação à inflação.
“O prefeito tem maioria na Câmara, e acho que a maioria dos vereadores do PMDB estão em sintonia com o prefeito”, disse Mizair. De acordo com o vereador, o PMDB metropolitano, presidido pelo deputado Bruno Peixoto, se reúne na tarde desta quinta-feira (19) para falar sobre o IPTU. Para Mizair, questões eleitorais sobre apoios e alianças estão sendo antecipadas, e este, segundo ele, não deve ser o foco. “A preocupação agora deve ser com a população.”
Na última semana, o deputado estadual Humberto Aidar (PT) disse que os vereadores que votarem contra o prefeito deveriam entregar os cargos na prefeitura. Ao Jornal Opção, Mizair disse concordar com posicionamento do petista. “Tem que estar junto sempre, nos momentos bons e ruins. Quem não tem intenção de caminhar junto com o prefeito, o mais bonito é entregar e dar condições para governar até com outros vereadores.”
Assim como Mizair, Wellington Peixoto frisa que os vereadores peemedebistas têm que ajudar o prefeito, uma vez que o partido também faz parte da administração. “Temos inclusive que rever algumas coisas que foram ditas na imprensa e vamos tentar fazer o melhor possível. Acho que se não está ajudando, tem que entregar sim”, garantiu.
O posicionamento não é tão contundente no caso de Clécio Alves e Célia Valadão. O ex-presidente da Câmara Municipal explicou que a questão de entrega de cargos é partidária, e que a legenda ainda deve discutir. De acordo com o peemedebista, um posicionamento firme acerca do projeto enviado pelo prefeito só poderá ser tomado após reunião com o PMDB metropolitano. “Quero ouvir todo mundo ainda”, disse.
Já a ex-líder do prefeito disse ao Jornal Opção que prefere esperar a reunião com o PMDB e ver o que será proposto para então se posicionar. Sobre a entrega de cargos para quem não votar com a gestão municipal, Célia disse que não comenta questão.
O peemedebista Denício Trindade, em referência ao projeto do IPTU, disse que irá pensar no que for melhor para o contribuinte. Quanto aos cargos, o vereador garante que é algo relativo. “Primeiro, acho que o Humberto deveria se preocupar com as questões estaduais. Depois, todos os projetos na Casa de leis devem ser discutidos. Não acho que tenha que entregar cargos. Todo parlamentar tem direito a dizer sim ou não.”
Divergência sobre a orientação do PMDB
Mizair garante que a orientação do PMDB não virá somente de Iris Rezende ou do presidente Bruno Peixoto. De acordo com ele, a decisão sobre apoio ou não ao projeto do IPTU virá em conjunto. “Nós somos o corpo do PMDB. Se a maioria entender que vai aprovar o IPTU, não vai ter nenhuma imposição por parte deles”, garantiu.
Entretanto, o irmão de Bruno, Welington Peixoto, sustentou que o PMDB já está orientando para que os vereadores votem contra o projeto e que a reunião é para decidir se todos votarão em conjunto ou se a legenda irá liberar para que cada um vote como preferir.