COMPARTILHAR

Enquanto opositores articularam para protocolar pedido, peemedebistas evitam falar sobre assunto

Vereadores peemedebistas Mizair Lemes Jr., Clécio Alves e Izídio Alves: nada de impeachment | Fotos: Câmara Municipal de Goiânia
Vereadores peemedebistas Mizair Lemes Jr., Clécio Alves e Izídio Alves: nada de impeachment | Fotos: Câmara Municipal de Goiânia

O veto do prefeito Paulo Garcia (PT) ao projeto de lei que reajusta o salário dos servidores municipais desponta no atual cenário político-administrativo da capital como mais um problema a ser contornado pelo gestor, sob o risco, de pela segunda vez em menos de um ano, ter seu mandato ameaçado por um pedido de impeachment.

Sem o comando da mesa diretora da Câmara de Goiânia, caso o pedido seja concretizado, Paulo enfrentará, dessa vez, o peso de uma oposição fortalecida e a “indecisão” de integrantes não mais tão convictos de sua base.

Sobre a possibilidade do impeachment, o Jornal Opção Online ouviu vereadores do PMDB, que evitaram falar sobre a questão. Refutaram a suposição, mas, ao mesmo tempo, não fizeram questão de sair em defesa do petista, que seria substituído pelo também peemedebista Agenor Mariano.

[relacionadas artigos=”27712″]

“Para haver esse pedido, é necessário uma fundamentação jurídica para tanto.” A fala é do vereador Mizair Lemes Júnior, que, a menos de dois anos do próximo pleito municipal, acredita não ser o momento oportuno para se tratar do assunto.

Mizair diz enxergar com naturalidade o veto de Paulo ao projeto de lei que reajusta em 6% o salário dos servidores municipais, e acredita que a decisão do petista não se configuraria em nenhuma irregularidade. “Veto é normal”, explicou, acrescentando que o suposto pedido se configuraria em pura “especulação política”.

O peemedebista, entretanto, não omite a opinião quanto à baixa popularidade amargada pelo prefeito petista e sustenta que o melhor caminho, a médio prazo, é a conscientização política. “A população tem o reflexo da administração que ela não esperava nesse momento. Ela esperava o mesmo ritmo que o Iris Rezende tinha, mas ele [Paulo Garcia] foi eleito pelo voto popular. Não tem como querer tirá-lo sem fundamentação jurídica”, pontuou.

Enquanto a oposição se articula internamente para protocolar o pedido de impeachment,  o ex-presidente da Câmara Clécio Alves (PMDB) afirma desconhecer qualquer especulação do gênero, mas alega não haver “razões para o pedido”. “Já pediram uma vez. Isso não pode ser algo banal”, frisou, dando por fim o assunto.

Com posição semelhante, o vereador Izídio Alves evitou falar sobre o possível  pedido, mas, assim como Mizair Lemes, afirmou que o argumento a ser utilizado para tanto deve ser baseado em algo “bem forte”. “Eu comento sobre coisa que existe, mas agora é tudo só especulação”, defendeu.