Servidores receberam mensagens afirmando que a Câmara estaria defendendo o fim do quinquênio na companhia, o que foi desmentido pelos parlamentares

Vereadores prestaram esclarecimentos nesta quarta-feira (22) | Foto: Reprodução / Facebook

Marcada para a tarde desta quarta-feira (22/3), a reunião de vereadores com o presidente da Companhia Municipal de Urbanização (Comurg), Denes Pereira, foi adiada para a quinta-feira (23), às 14 horas. O encontro acabou sendo remarcado após a realização de uma manifestação de servidores na frente da sede da companhia.

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A reunião, proposta pelo vereador Elias Vaz (PSB), busca esclarecimentos sobre o pagamento de quinquênios, horas extras e gratificações a um pequeno grupo de servidores da Companhia, gerando altíssimos salários que chegam a mais de 80 (oitenta) mil reais mensais.“São penduricalhos pagos a apenas a poucos apadrinhados, já que a maioria esmagadora dos servidores recebem salários baixos”, explicou Elias.

Entretanto, mensagens espalhadas via WhatsApp por funcionários beneficiados e também membros do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Asseio e Conservação, Limpeza Pública e Ambiental, Coleta de Lixo e Similares do Estado de Goiás (Seacons), que representa a categoria, teriam espalhado boatos de que os parlamentares estariam defendendo o fim do quinquênio para todos os servidores da Comurg.

“Tivemos a informação que diretores da Companhia liberaram os funcionários das garagens para participar dessa manifestação. É uma tentativa desesperada dos marajás da Comurg, que estão tentando usar trabalhadores humildes como massa de manobra para não perder os seus benefícios. Mas vamos enfrentar essa máfia dentro da Comurg, não vamos retroceder”, afirmou Elias Vaz.

Mesmo sem a presença de Denes Pereira, os vereadores Carlin Café (PPS), Izídio Alves (PR), Priscilla Tejota (PSD), Juarez Lopes (PRTB), Jorge Kajuru (PRP) e Lucas Kitão (PSL) se reuniram com Elias Vaz e esclareceram que a intenção da Câmara é, justamente, moralizar a instituição e defender os direitos dos trabalhadores.

“Estamos lutando para que o direito dos trabalhadores seja ampliado, 11 mi só de gratificação e quinquênio de supersalários, é o suficiente para devolver a insalubridade para os garis”, pontuou Priscilla. Já Izídio Alves, funcionário de carreira da companhia, apontou que os trabalhadores não podem ser penalizados pelas ações de uns poucos.

Supergratificações

O vereador Elias Vaz apresentou, em sessão da última semana, os 40 maiores quinquênios da Comurg. O primeiro da lista é um servidor com salário base de R$4.294,90 e quinquênio acumulado de R$24.102,16. Em segundo lugar, aparece o ex-presidente da Companhia, Ormando José Pires Júnior, com cargo de auxiliar operacional, vencimento de R$2.394 e benefício de R$21.690, quase 10 vezes o valor do salário base.

Todos os servidores que constam no levantamento elaborado pelo vereador recebem no mínimo quinquênio relativo ao dobro do salário, mas muitos ultrapassam bastante essa margem. Há vários casos de servidores com salário de R$4.294,90 e quinquênio de R$16.470, R$14.782 ou R$13.835.