Com duas opções possíveis, o nome do chefe de gabinete de Paulo Garcia, Iram Saraiva Júnior, nem chegou a ser discutido

Vereador petista Tayroni di Martino
Vereador petista Tayrone Di Martino, candidato a vice-governador na chapa de Antônio Gomide

Em uma rua calma do Setor Sul, a movimentação no diretório estadual do PT no dia em que a executiva se reunia para discutir o nome do vice do pré-candidato ao governo Antônio Gomide (PT) era quase nenhuma. O grupo, formado por 18 membros, se reunia na sala de reuniões da sede própria do partido, enquanto na recepção se ouvia apenas o barulho do telefone que tocava esporadicamente. O partido, que governa o país, em Goiás permanece sozinho.

Com duas opções possíveis, o nome do chefe de gabinete de Paulo Garcia, Iram Saraiva Júnior, nem chegou a ser discutido. O governo municipal se reuniu e decidiu deixá-lo na prefeitura, tirando seu nome do páreo, restando, desta forma, o vereador Tayrone Di Martino, que também é diretor de comunicação da Associação Filhos do Pai Eterno. O ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Edward Madureira era cotado para ser vice, mas confirmou que vai concorrer às chapas proporcionais, como deputado federal.

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Para o presidente da sigla estadual, Ceser Donisete, o fato da chapa ser “puro sangue” não é nenhum problema para o PT. “A população não checa quantas coligações o partido tem. No final, o que conta mesmo é fazer o povo comprar a campanha, conhecer o candidato”, disse o petista. O PCdoB era um partido que havia sinalizado para a possibilidade de ingressar na chapa de Gomide após a saída de Júnior Friboi do páreo. Sem rumo, a presidente Isaura Lemos iniciou conversações com o PT, mas acabou não confirmando nada, e assinala para uma aliança com o pré-candidato Iris Rezende (PMDB).

Questionado sobre a quantidade de votos que nomes de outras legendas podem trazer, Ceser não se desvencilhou da importância de outras siglas, mas sustentou: “Ninguém vota em vice. O nome ajuda, mas eleitor nenhum vota ou deixa de votar por causa do vice do candidato ao governo. Você acha que alguém vai votar no Marconi por causa do José Eliton (PP)? Ou no Iris por causa do Armando Vergílio (Solidariedade)?”, questionou.

O presidente mostrou estar bastante satisfeito com o fato de ter a deputada federal Marina Sant’Anna como candidata ao Senado, e sustentou que a chapa, mesmo “puro sangue”, tem grandes chances. “Em Anápolis, nas eleições de 2008, nós tínhamos 12 pessoas numa chapa e o PSDB tinha 240. E lá elegemos o prefeito e dois vereadores”, afirmou, lembrando ainda das eleições de 1998. “Ninguém conhecia o Marconi, e mesmo assim ele ganhou do Iris”, afirmou.

Ceser Donisete explica que sozinho, o PT tem cerca de 3,4 minutos para o governador e 1,5 para senador. Na última quarta-feira (25) a senatoriável do PT disse ao Jornal Opção Online que não vê problemas no fato do PT não possuir coligação com nenhum outro partido. “Temos tempo de TV suficiente para apresentar nossas propostas”, disse. A composição “puro sangue” é uma chapa sem a presença de candidatos de outras siglas.

Aliança PT e PMDB

A falta de aliança pode mostrar uma certa fragilidade da sigla no Estado, mas segundo Ceser Donisete é um ponto que importa somente para os outros partidos usarem em seus discursos contra o PT, não tendo de fato influência na hora do voto. Questionado sobre o porque a legenda não quis se unir ao PMDB, aglutinando mais aliança, e colocando Gomide como vice ou como candidato ao Senado, o presidente resgatou o que na época foi discutido: “O PMDB não conseguiu resolver as questões internar a tempo do Gomide sair da Prefeitura de Anápolis. Depois não teve mais volta”, reiterou.

Mesmo separados, o presidente sustenta que sempre conversa com o deputado estadual Samuel Belchior, presidente do PMDB em Goiás, e sempre concordam em um quesito: no segundo turno irão se apoiar. “Se o Iris for, iremos apoiá-lo, e o Samuel diz que se for o contrário teremos o apoio deles”, afirmou.