Vereador quer proibir publicação de livro escrito pelo serial killer de Goiânia
23 maio 2017 às 14h06

COMPARTILHAR
Delegado Eduardo Prado deve entrar na Justiça para impedir lançamento da obra escrita pelo ex-vigilante Tiago Henrique, condenado por 25 homicídios

O vereador Delegado Eduardo Prado (PV) deve entrar com ação judicial para vedar o lançamento do livro escrito pelo ex-vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, conhecido como Serial Killer de Goiânia, já condenado a mais de 650 anos de prisão por uma série de homicídios na capital.
Para o vereador, o lançamento do título “Tiago Rocha: Um pouco da história por trás de um serial killer”, é uma “afronta à toda sociedade goianiense”. “Estou estudando junto com minha assessoria jurídica a possibilidade de entrarmos com uma ação judicial para vedar o lançamento desse livro que, a meu ver, é uma afronta à sociedade goianiense”.
Segundo ele, o embasamento legal para a suspensão seria a conotação de incentivo a crimes dessa natureza que a publicação do livro pode gerar. “É uma questão inclusive de segurança para a sociedade. A publicação desse livro nada mais é que uma vaidade desse psicopata que pode despertar a vaidade de outros que estão adormecidos”, ponderou.
A publicação do livro foi confirmada pelo padre Luiz Augusto Ferreira da Silva, que faz trabalho com detentos. Segundo ele, o livro foi regido pelo próprio Tiago e já estaria encaminhado para a gráfica para breve publicação. O padre Luiz Augusto foi apontado em 2015 como servidor fantasma da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
Preso desde 2014, Tiago Henrique já foi condenado a mais de 650 anos de prisão por 25 homicídios na capital. Laudos comprovam que Tiago Henrique é psicopata, o que caracteriza um transtorno de personalidade e não uma doença mental. Portanto, além de ter plena consciência de seus atos, a psicopatia é uma condição intratável.
“O que tem que ser respeitado é a sociedade, os familiares e o próprio trabalho policial para desvendar esse caso, não fazer um glamour com a figura de um criminoso, fazer com que ele vire um herói ou um protagonista desse episódio tão triste e cruel”, disse Eduardo Prado.
Nas redes sociais, também existe um movimento de boicote ao livro que já tem a adesão de milhares de pessoas.