Uma emenda aditiva que tramita da Câmara Municipal de Goiânia quer proibir as atividades comerciais que resultem no acúmulo de resíduos ou rejeitos em vias públicas ou no interior de imóveis. “A gente quer endurecer a fiscalização. Ou entram na regra ou serão fechados”, explicou o autor da propositura, vereador Lucas Kitão (PSD). A ideia é tirar a triagem de resíduos da clandestinidade.

De acordo com o texto apresentado, “ecopontos” devem ser instalados em cada região da capital e em bairros de grande demanda da população para que seja feita a destinação correta do material. Além disso, os geradores de resíduos, se aprovada a emenda, atender às exigências de formalização e condições dignas de trabalho para os catadores da cidade.

Ao comentar sua propositura, Lucas se mostrou preocupado com as condições de trabalho dos catadores, que, segundo ele, muitas vezes, é análoga a escravidão. O parlamentar denuncia também a presença de crianças nas ruas fazendo esse tipo de trabalho.

“Nossa missão é separar os recicladores corretos, que andam na lei e que fazem um trabalho muito importante pra cidade, desses estabelecimentos que, na maioria das vezes invadem áreas públicas”, justificou.

Kitão cita como exemplo uma invasão no Parque Campininha das Flores, uma área de preservação ambiental. “Um armazenamento totalmente desordenado, que colabora com a dengue, com o trabalho escravo, infantil, uma série de irregularidades que, inclusive, tem sido alvo de várias operação da Polícia Militar nesses locais”, afirmou.

Segundo o vereador, esses depósitos exploram o trabalho dos dependentes químicos. “Essa é uma iniciativa nossa pra frear o avanço das cracolândias”, disse. Por isso, a emenda prevê a criação de medidas de reinserção social dessas pessoas, uma vez que, segundo a justificativa da emenda aditiva, “a realidade das drogas tomou conta desses locais e se tornou problema de saúde pública”.

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