Veja emojis usados por pedófilos nas redes sociais para troca de conteúdo criminoso e atração de crianças

28 agosto 2025 às 11h49

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Com as denúncias em constante crescimento depois do debate virtual proposto pelo youtuber Felca sobre adultização, a polícia alerta para códigos usados por pedófilos e abusadores em comentários em fotos de crianças nas redes sociais. Emojis podem ser utilizados para pedófilos trocarem informações e também para atrair crianças.
Na maioria das vezes, esses comentários aparecem em fotos de crianças comuns, sem conteúdo explícito. Ainda usam emojis populares que não tem conotação sexual, mas podem ter o significado distorcido quando utilizados para que pedófilos se identifiquem entre si e possam trocar conteúdo criminoso de exploração sexual infantil, segundo a Childhood Brasil.
🌽 – O emoji de milho, em inglês “corn”, é associado a palvra “porn” (pornografia) por conta da sonoridade;
🍜 – O emoji de macarrão instantâneo, chamado de “noodles” em inglês, é associado à palavra “nudes”;
💗e 🧀 – O coração dentro do outro e o queijo pode significar o interesse por meninas;
🌀 – O emoji de espiral azul pode significar que o interesse por meninos;
🍬, 🍭 e 🍕- Bala, pirulito e pizza podem servir para identificação de pedófilos, já que são usados para mostrar que quem fez o comentário gosta de fotos de crianças e também para chamar atenção de menores.
Ao Jornal Opção, a titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos, Marcella Orçai, defendeu que os pais e responsáveis devem monitorar o celular e as redes sociais dos filhos. Pelos menos 13 crianças e adolescentes são vítimas de violência sexual, física ou psicológica no país a cada hora, de acordo com o Atlas da Violência 2025.
“Os pais devem monitorar os celulares e as redes sociais dos filhos e observar com que tipo de perfis os menores estão interagindo. Muitos adultos se passam por crianças para ter acesso às vítimas. Os emojis seriam mais um tipo de maneira de identificar algo estranho”, disse Marcella.
A delegada ainda disse que os códigos de emojis são mutáveis na comunidade, por isso, é importante analisar cada comentário e contexto. “Se não tiver o celular investigado na mão ou alguma investigação sólida sobre o alvo, ficamos no campo da suposição, o que também é perigoso”, destacou ela.
Dos casos registrados em Goiás, quase 90% das vítimas eram meninas, e 64,7% dos casos ocorreram dentro das residências. Em Goiás, a maior parte das vítimas são meninas negras, o que evidencia o impacto das desigualdades socioeconômicas e culturais. De acordo com os dados goianos, o risco é maior entre as crianças mais novas, devido à imaturidade física e psicológica.
Canais de denúncia
- Qualquer cidadão pode denunciar casos de abuso e exploração pelo Disque 100, serviço gratuito e sigiloso disponível 24 horas.
- Também é possível acionar o Conselho Tutelar, a Polícia Militar (190) ou a Polícia Rodoviária Federal (191).
- As vítimas devem ser levadas quanto antes a uma unidade de saúde para cuidados físicos e psicológicos. Goiás conta com quatro unidades especializadas nesse atendimento: Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), Hospital Estadual da Mulher (Hemu), Hospital Estadual de Luziânia e Hospital Estadual de Jataí.
A SES-GO disponibilizou em seu canal no YouTube um vídeo com orientações sobre como identificar sinais de abuso, denunciar e apoiar as vítimas. O conteúdo está disponível no link.
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