Publicações dos EUA reforçam que Robert Malone não criou vacina de mRNA

02 janeiro 2022 às 19h43

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O cientista americano escreveu um artigo sobre o tema, mas não é desenvolvedor nem detém patente da tecnologia que criou a vacina da Pfizer e Moderna

No último sábado, 1º, o Jornal Opção confrontou o conteúdo antivacina divulgado em vídeo pelo cientista americano Robert Malone com o parecer de cientistas e médicos goianos. Neste domingo, 2, diversas agências e veículos da mídia dos Estados Unidos reforçaram as críticas contra Robert Malone, especialmente a alegação de que Robert Malone teria sido desenvolvedor da tecnologia utilizada para produzir as vacinas contra a Covid-19.
O site Health Feedback publicou que o médico colaborou para os estudos com RNA mensageiro em 1989. Robert Malone escreveu um artigo em que apontou ser possível transferir mRNA envolvido em um lipossomo (gordura) para células. Porém, essa transferência sempre gerou uma reação inflamatória.
Como aponta o The Atlantic em um artigo no qual ele classifica o médico como um “espalhador de desinformação”, um método viável de injetar o mRNA no corpo só foi desenvolvido em 2004 por um grupo de cientistas como Katalin Karikó (que é vice-presidente da BioNTech). A própria cientista apontou que não existe “um inventor” e sim um esforço coletivo para desenvolvimento. Ao site Logically, que desmentiu a informação, Robert Malone, inclusive, admitiu que não é o “inventor da vacina mRNA”.
Independentemente da invenção ou não, uma coisa não muda: o discurso do médico sobre vacinas está equivocado. Vale apontar, aliás, que ele já teve declarações checadas e apontadas como falsas em diversos sites norte-americanos de fact-checking como da CBS de Memphis, da Reuters, o Politifact,Factcheck.org, além de outros (incluindo os já citados). Ou seja: ele já figura carimbada nos EUA.
Com informações de Boatos.org