Vazamento de água faz conta da Câmara de Goiânia chegar a R$ 84 mil

30 novembro 2021 às 13h58

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Presidente da Casa Legislativa, Romário Policarpo, afirma que problema foi iniciado quando a obra municipal da Leste-Oeste chegou à Câmara
Valor da conta de água de novembro da Câmara Municipal de Goiânia chegou a R$ 84.524,35 devido a vazamentos em encanação de água potável da Casa. Ainda este mês, a Câmara chegou a dar andamento a um projeto contra desperdício de água. Questionado pelo Jornal Opção, o presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota), justificou que os vazamentos ocorreram após o início das obras da Leste-Oeste, que chegaram na Câmara Municipal em julho – mês confirmado pelos servidores como data de início dos vazamentos.
Segundo Policarpo, mais de dez encanações foram estouradas desde a chegada das obras à altura da Câmara. “Com a intervenção da prefeitura na obra da Leste-Oeste, tivemos um problema enorme de água, porque dutos e canos foram estourados na área que passou, e como eles tamparam, o buraco ficou lá e só descobrimos isso depois”, explicou o presidente.
Apesar de só ter tido acesso a cobrança da conta de água emitida em novembro, é possível ver, através do histórico de consumo registrado no documento, um aumento gradativo do consumo a partir de julho. Enquanto maio e junho registraram o consumo de 1.637 metros cúbicos (m³) e 1751 m³, respectivamente. No entanto, julho e agosto registrou 2.183 e 2.147 m³ e consumo, número que subiu para 3.325 e 4.312 metros cúbicos em setembro e outubro. É importante ressaltar, no entanto, que cada metro cúbico corresponde a mil litros. “Só na primeira semana deles [agentes das obras] aqui, eles estouraram uns dez canos nossos. As duas últimas contas de água aqui também foram um absurdo. Não sei estimar, mas o valor foi muito alto”, contou Policarpo.
Questionado acerca das providências a serem tomadas para impedir a continuidade dos vazamentos e do aumento dos custos, o presidente da Câmara afirmou que uma empresa está sendo contratada para reparar os danos. A expectativa é que até a próxima semana ocorra o conserto, ainda que tenha levado quatro meses para que fosse efetivado. A justificativa de Policarpo é a grande burocracia que a contratação de uma empresa ao sistema público demanda.
“Infelizmente, aqui na Câmara, no serviço público, não podemos simplesmente contratar uma pessoa para vir aqui tampar o vazamento. Existe todo um processo legal. Se desse para simplesmente chamar alguém para tampar os buracos, já tínhamos feito, mas infelizmente esse é o processo que existe de contratação. Já foi feita a contratação da empresa, está em fase de contrato, para resolver não só esse problema como outros problemas da casa mesmo”, garantiu o presidente.
A obra do corredor da Leste-Oeste chegou na Câmara Municipal em julho, de início dos vazamentos, de acordo com o histórico de consumo registrado pela Saneago. Para o cumprimento do cronograma de execução da obra, a equipe da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) chegou a demolir parte do estacionamento da sede do Poder Legislativo para dar continuidade às obras da via.
Ainda que tenha registrado tantos vazamentos e aumento de custos, a própria Câmara chegou a aprovar na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), no início de novembro, o um projeto de lei (de nº 115/2021) contra desperdício de água. A matéria também estabelece o que seriam ocorrências de desperdício e pontua o ato de lavar calçadas com esguicho contínuo de água, molhar ruas continuamente com esguicho de água e a negligência sobre vazamento em tubulação hidráulica (torneiras, canos, conexões, válvulas, caixas d’água, reservatórios, tubos ou mangueiras eliminando água continuamente).
Confira registros do Jornal Opção dos vazamentos na Câmara Municipal: