Parlamentar aposta na mudança na forma de cobrança do imposto para compensar Estados na arrecadação do ICMS. Valor da gasolina passaria de R$ 4,70 para R$ 3,20. Entenda

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O senador Vanderlan Cardoso (Progressistas) usou a tribuna do Senado Federal para debater a questão do preço dos combustíveis. O parlamentar apresentou possíveis “soluções” para o preço do combustível por meio da redução de impostos, criando ainda mecanismos de compensação para os estados evitando perdas na arrecadação.

De acordo com Vanderlan, o brasileiro paga hoje, em média, R$ 4,70 pelo litro de gasolina, porém o preço correto a ser pago seria de, no máximo, R$ 3,20. “Hoje, os principais tributos são calculados com base no preço que está na bomba, depois de percorrer toda cadeia produtiva e incorporar os mais diversos custos. Se esse valor fosse calculado tendo por base o preço da gasolina na refinaria teríamos uma saída justa para que o brasileiro pague menos pelo litro do combustível”, disse o senador.

Ele defendeu que, no modelo atual, os consumidores pagam imposto sobre imposto o que torna a cobrança final abusiva.

“Pegamos como base o preço da gasolina na refinaria a R$ 1,86. Sobre este valor é acrescentado 29% para a Petrobras e o valor sobe para R$ 2,39. Com a mistura do etanol, o aumento é de mais 14% e o litro sobe para R$ 2,73. Com a distribuição e revenda, são acrescentados mais 13% e o litro da gasolina chega R$ 3,09. E os acréscimos não param por aí.  Em seguida o valor recebe mais 15% de acréscimo dos impostos federais (CIDE/PIS/COFINS) – e valor por litro vai para R$ 3,55.

Por último, vem o imposto mais caro, considerado o vilão do preço da gasolina, o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado pelos estados e que em Goiás está na casa de 30%, e que é cobrado sobre todos os impostos e taxas já aplicados ao preço da gasolina durante todo esse processo. É assim que o preço do litro da gasolina, que saiu da refinaria a R$ 1,86 sai da bomba a R$ 4,61 ou mais”, explicou.

A solução para o impasse, segundo o senador, é parar de cobrar imposto em cascata e calcular, em separado, cada item que compõe o preço da gasolina, com base no preço da refinaria. “Assim deixariam de cobrar imposto sobre imposto”, comenta.

“Para compensar a provável perda financeira que os estados teriam, o Governo Federal tem condições de autorizar a cobrança de impostos – de 2 a 3% sobre as exportações. O Estado do Pará, por exemplo, exportou em 2018, um total de US$ 17 bilhões 486 mil 997,00 reais. O estado de Goiás atingiu em 2019 um montante de U$ 7,044 bilhões. Sendo assim, a cobrança de impostos sobre essas exportações seria suficiente para compensar a perda do ICMS da gasolina”, avaliou o senador.

“É o momento ideal para destravarmos esse tema no Congresso, pois estaremos debatendo a reforma tributária e o pacto federativo, que redistribuem os impostos entre Estados e municípios”, argumentou Vanderlan.