Empresa responsável pelo rompimento da barragem que matou mais de 250 pessoas em Brumadinho reiterou que combina uma política de reparo da tragédia e cuidado com Covid-19

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A mineradora Vale anunciou nesta quarta-feira, 29, um lucro líquido de 995 milhões de dólares no segundo trimestre. No mesmo período do ano passado, quando aconteceu o rompimento de uma barragem da empresa em Brumadinho (MG), a companhia teve um prejuízo de 133 milhões de dólares

A Vale também informou um crescimento de 8,8% na geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado, para 3,37 bilhões de dólares, devido principalmente aos maiores preços realizados do minério de ferro, “refletindo a demanda saudável vinda da China”.

Em meio às dificuldades causadas pandemia de Covid-19, a administração da empresa destacou que está caminhando para reduzir os riscos da mineradora, fechando o semestre com lucro líquido de 1,2 bilhão de dólares, ante prejuízo de 1,77 bilhão no mesmo período de 2019.

Dividendos

A Vale reiterou que está tendo de ajustar a operação em um cenário de pandemia, que reduziu o número de trabalhadores, ao mesmo tempo em que realizou o “ramp-up” de operações de minério de ferro, combinando com iniciativas de reparação em Brumadinho.

“Estamos caminhando para o ‘de-risk’ da companhia mesmo em um segundo trimestre de 2020 bastante complexo, enfrentando com responsabilidade, disciplina e senso de urgência esse momento desafiador trazido pela pandemia do Covid-19”, disse o diretor-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, em nota.

Além disso, o conselho aprovou pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) deliberados em 19 de dezembro de 2019, de aproximadamente 1,41 real por ação. “Como outro passo importante na frente da alocação de capital, também estamos anunciando a retomada da nossa política de dividendos”, destacou o diretor-presidente da Vale.

Brumadinho

Eduardo Bartolomeo afirmou que a Vale continua avançando na reparação da tragédia de Brumadinho, que ocorreu em 25 de janeiro de 2019. No total, a empresa disse que desembolsou 3,9 bilhões de reais com indenizações, incluindo assistência emergencial mensal.

Além disso, foram gastos 11,5 bilhões de reais em iniciativas relacionadas à restauração por desastre de Brumadinho e descaracterização de barragens.

Devido ao acidente em Minas Gerais, a empresa teve de reduzir a extração em várias unidades, em função de obras de descaracterização de barragens e por normas mais rigorosas.

Mas os tais não impediram a companhia de restabelecer a política de pagamento de dividendos, suspensa desde janeiro de 2019, após o rompimento da barragem que matou mais de 250 pessoas.