“Vai institucionalizar a máfia no Brasil”, criticam manifestantes contra PEC da Blindagem

22 setembro 2025 às 15h13

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Durante a manifestação no domingo, 21, em Goiânia, o estudante de medicina Bruno dos Santos Ferreira Roque criticou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Blindagem. Como outros manifestantes, Bruno dos Santos foi ao ato público para protestar contra a recente aprovação do projeto pela Câmara dos Deputados.
“Eu acredito que essa PEC [Blindagem] é um retrocesso para a sociedade, porque temos muitas outras questões prioritárias e emergenciais a serem tratadas no país. Além disso, o conteúdo dela é imoral, impróprio, um ataque à sociedade e a todos os trabalhadores brasileiros”, afirmou.
O ex-deputado estadual Fábio Tokarski (PCdoB-GO), presente na manifestação, também criticou a PEC da Blindagem, que ele apelidou de “PEC da Bandidagem”, e a PEC da Anistia, ambas em discussão no Congresso Nacional. Para o parlamentar, as propostas representam risco à democracia e podem fortalecer organizações criminosas. Tokarski afirmou que a PEC da Blindagem “é perigosíssima, porque pode institucionalizar as máfias no Brasil”.
Segundo ele, o país tem atualmente cerca de 88 grupos armados em atividade, como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC). “Nosso papel é combater essas organizações, não criar ferramentas para que elas se fortaleçam dentro da política”, declarou.
O deputado também relacionou a mobilização ao contexto político recente. “É um levante do povo brasileiro. Foram muitos anos de provocações, desde o golpe que colocou Temer na Presidência, passando pela reforma trabalhista e pelo desmonte da nação durante o governo Bolsonaro, que desmontou universidades, o serviço público de saúde e resultou em milhares de mortes”, disse.

PEC da Anistia
Além da PEC da Blindagem, Tacarci rejeitou a chamada PEC da Anistia. “Não deve haver anistia para quem cometeu crimes bárbaros. O crime de golpe de Estado é um crime horrendo. Se tivesse vingado, muitos de nós estaríamos presos e muitos de nós estaríamos mortos. O próprio Bolsonaro dizia que, durante o regime militar, se matou pouca gente e que queria matar mais. Então, não pode haver anistia para golpista. Essa é a posição do PCdoB”, afirmou.
Para Tokarski, a anistia seria um grave atentado contra a democracia. “Não pode haver anistia para quem cometeu crime de lesa-pátria, para quem quis matar o presidente eleito, o vice-presidente, ministros do Senado e do Supremo. O povo está se levantando, e essa tentativa não passará”, completou.
o estudante de medicina Bruno dos Santos Ferreira Roque também criticou a rapidez da tramitação. “A forma como essa PEC [Anistia] foi pautada, de maneira tão imediata, tem um intuito por trás: salvar quem está na berlinda atualmente, no caso o ex-presidente Jair Bolsonaro”, disse.
Para ele, o ato é fundamental para mostrar a insatisfação da população. “É importante que os congressistas percebam a indignação do povo em relação a essa PEC [Blindagem]. Esses movimentos sociais têm um papel essencial, principalmente quando se trata de emendas à Constituição que podem beneficiar bandidos, como é o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro”, concluiu.

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