USP homenageia estudante morto pela ditadura militar em Goiás

12 agosto 2025 às 14h56

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A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) promoveu, na última segunda-feira, 11, uma homenagem a alunos que foram assassinados pela ditadura militar. Em ato realizado na Sala dos Estudantes, no Largo do São Francisco, em São Paulo, a instituição fez a diplomação póstuma de dois estudantes. Um deles, Arno Preis, torturado e morto por agentes da ditadura no norte de Goiás.
O gesto simbólico da universidade é feito para reconhecer as violações cometidas nos chamados Anos de Chumbo. Entre os presentes estava o ministro da Casa Civil no primeiro governo Lula, José Dirceu, que conheceu os alunos homenageados.
Natural de Forquilhinha (SC), Arno Preis morreu em 15 de fevereiro de 1972 por ação dos órgãos de repressão na cidade de Paraíso do Norte (atual Paraíso do Tocantins), à época pertencente ao estado de Goiás, hoje Tocantins. Ele era militante do Movimento de Libertação Popular (Molipo).
De acordo com o acervo Memórias da Ditadura, Arno foi enterrado com o nome de Patrick McBurdy Cormik. De acordo com Milton Gomes, coveiro do cemitério de Paraíso do Norte que recebeu o corpo, aproximadamente dez dias depois, o cemitério foi cercado por grande aparato policial. “Os agentes policiais ordenaram, então, que o cadáver fosse desenterrado e as mãos fossem amputadas, fato confirmado posteriormente pela exumação”.

Em agosto de 2014, a Comissão Estadual da Verdade Tereza Urban, do Paraná, promoveu audiência pública sobre o caso de Arno e outros militantes políticos mortos e desaparecidos, da qual participaram seus irmãos João e Helga Preis, irmãos de Arno. Em maio de 1994, os restos mortais de Arno Preis foram levados para Forquilhinha, sua cidade natal, onde foram sepultados.
Junto com Arno Preis, foi homenageado pela USP ontem o estudante João Leonardo Rocha, militante da Aliança Libertadora Nacional (ALN) e que também foi assassinado pela ditadura.
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