Uso recreativo da maconha diminui inteligência de usuários, diz neurocientista

10 janeiro 2022 às 06h10

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Estudo mostra que substância pode provocar perda de memória e redução da velocidade de raciocínio

Estudos sobre o efeito da Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha, no cérebro, realizados pelo PhD neurocientista, biólogo e historiador Fabiano de Abreu, foram recentemente publicados. Segundo Abreu, o uso crônico via fumo da substância libera uma substância psicoativa chamada de Tetra-hidrocanabinol (THC) que reduz a inteligência do usuário por alterar a capacidade cognitiva do usuário, provocando sintomas como perda de memória e redução da velocidade de raciocínio.
“O conceito de inteligência geral foi desenvolvido para definir habilidades gerais, tais como memória e capacidade mental que, entre outras coisas, envolve a habilidade de raciocinar, planejar e resolver problemas. Comportamentos como a lentidão, falta de memória, falta de localização espacial, perda de motivação e falta de raciocínio lógico são comportamentos apresentados por usuários contínuos”, sinaliza o neurocientista.
A hipótese, segundo Abreu, é que a Cannabis sativa compromete a sinalização neural quando se liga aos receptores responsáveis pela memória no cérebro. Consequentemente, ele explica que isso pode afetar a capacidade de aprendizagem e até mesmo desencadear problemas de concentração. Durante sua pesquisa, o neurocientista afirma ter entrevistado cinco psicólogos que relataram ter percebido dificuldade de aprendizado em seus pacientes que são usuários crônicos da maconha.
“Por meio de entrevista com os cinco psicólogos, foi relatado que seus pacientes crônicos usuários da substância afirmaram ter dificuldade no aprendizado apresentando perda de memória, dificuldades em permanecer concentrados em determinada função e alterações nas funções cognitivas. Mas além disso, o uso de maconha potencializa o desenvolvimento de psicoses como a esquizofrenia, e pode ativar, em jovens, o transtorno afetivo bipolar, síndrome do pânico e também a depressão”, complementa Fabiano.