Uso precoce de medicamentos por pacientes com Covid-19 é tema de audiência na Câmara dos deputados
12 julho 2020 às 17h43

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As discussões podem nortear novos protocolos adotados pelo Ministério da Saúde

A comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha ações de combate ao novo coronavírus debate o uso de medicamentos como tratamento precoce a Covid-19. Os parlamentares pretendem debater com especialistas e apresentar ao Ministério da Saúde um relatório sobre o tema.
O médico e deputado federal Zacharias Calil (DEM), se mostra favorável ao uso de medicamentos logo nos primeiros estágios da doença. “Eu vejo que o tratamento em qualquer situação é a melhor opção que você tem. Não se pode esperar a doença manifestar. A Covid-19 tem a fase 1, 2, 3 e 4, que vai se agravando”, afirmou ao Jornal Opção.
“Com isso, o paciente que poderia ser tratado em um menor período de tempo pode ter tido uma complicação e seguir para a UTI. Com isso você mantém o paciente entubado por mais tempo, maior morbidade. Está havendo discussões entre médicos de várias especialidades. Uns acham que o paciente tem que aguardar e outros para se manter o tratamento mais precoce possível, porque a piora é muito rápida”, disse.
As discussões podem nortear novos protocolos adotados pelo Ministério da Saúde, que determina essas normas no serviço público e se mostra aberto quanto a essa posição.
“O diagnóstico hoje primordial é a tomografia computadorizada. Se você vai fazer a testagem, você leva pelo menos cinco dias para ter o exame pronto. Enquanto isso, o paciente pode apresentar complicações do ponto de vista clínico e também hematológico. Ele começa apresentar inclusive alterações na coagulação sanguínea. Tem de 10% a 20% de comprometimento pulmonar, então eu acho que já deve sim entrar com anticoagulante, antibiótico, corticoide…”, argumentou o parlamentar.
“Tenho visto grande parte dos profissionais da saúde utilizando a ivermectina, não são todos, mas a grande maioria est]ao fazendo uso profilático com ela. Isso é fato. Não adianta falar que não tem evidência clínica. É o seguinte. Com a Covid-19 você não tem evidência de como vai evoluir em você. Pode evoluir bem ou mal. Que mal esse medicamento vai fazer?”, opinou.