Uso de Cannabis medicinal no tratamento da Covid está em avaliação no Brasil
13 agosto 2021 às 10h48

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A pesquisa tem duração prevista de três meses, com a participação de 290 pacientes que apresentam fadiga muscular, insônia, ansiedade, depressão e alterações cognitivas por pelo menos noventa dias após o diagnóstico

O Instituto do Coração, de São Paulo coordenará o primeiro estudo clínico do Brasil com canabidiol para o tratamento de pacientes com Covid longa, que são aquelas pessoas que passaram pela fase aguda da doença e agora apresentam sequelas.
A pesquisa tem duração prevista de três meses, e contará com a participação de 290 pacientes que apresentam fadiga muscular, insônia, ansiedade, depressão e alterações cognitivas por pelo menos noventa dias após o diagnóstico. Há outro teste clínico semelhante em andamento nos Estados Unidos.
Segundo reportagem da revista Veja, com 198 milhões de consumidores no mundo sendo 1,5 milhão no Brasil, a maconha é a mais popular das drogas. Restrita ou ilícita na maioria dos países, ela é também a mais estudada para uso medicinal por conter diversos fitocanabinoides, sendo os mais conhecidos o canabidiol (CBD) e o THC.
O composto de maior interesse dos cientistas é o canabidiol, encontrado em pequeno volume no caule e na folha da erva Cannabis. Ele não é psicoativo nem tóxico e não causa dependência nem altera o raciocínio. Mas, em níveis controlados, até mesmo o THC, responsável pelo efeito psicoativo da planta, tem benefícios farmacológicos.
Um estudo publicado na revista Frontiers in Pharmacology mostrou que o composto atenuou a inflamação nos pulmões de cobaias, resultando em 100% de sobrevivência. Testes em laboratório mostram que os canabinoides reduzem a produção de citocinas inflamatórias associadas ao agravamento da doença. Por isso, seu uso também está sendo avaliado para tratar casos leves, moderados e graves de Covid. A expectativa é de que o resultado dos trabalhos seja publicado em breve.
*Com informações da Revista Veja