Única deputada goiana na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de janeiro, Delegada Adriana Accorsi (PT) votou pela aprovação do relatório. O documento é votado pela comissão desta quarta-feira, 18, e o desfecho deve vir até o final do dia. “Muito grave ter autoridades convidadas pelo presidente da República para construir uma minuta de um golpe, utilizando-se da nossa Constituição para tentar burlar as regras do jogo”, declarou.

Além de Accorsi, outro parlamentar goiano que também tem direito ao voto no relatório é o senador Jorge Kajuru (PSB) que já declarou ser contrário à Comissão. Ele apontou, ao Jornal Opção, que a CPMI foi “ridícula e pífia” pois busca incriminar tanto o ex-presidente quanto o atual Lula. “Todos os lados erraram” e a CPI “perdeu totalmente a credibilidade”, disse.

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O relatório da CPI do 8 de janeiro concluiu que Jair Bolsonaro articulou uma tentativa de golpe e atribuiu a ele as invasões às sedes dos três Poderes. A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD) pediu o indiciamento do ex-presidente por quatro crimes durante a leitura do documento.

Os crimes que o documento enquadra o ex-presidente incluem: associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

O relatório classifica que a invasão e destruição na Praça dos Três Podemos foi “obra do bolsonarismo” e diz que a tentativa de ruptura “ainda não terminou”.

Além de Bolsonaro, o General Braba Netto, candidato a vice presidente na chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa também foi indiciado.

A lista inclui ainda Anderson Torres, General Augusto Heleno, General Paulo Sérgio Nogueira, Luiz Eduardo Ramos, Tenten-coronel Mauro Cid e General de Freire Gomes.

Relatório paralelo

A oposição ao governo do presidente Lula (PT) elaborou um relatório paralelo que pede o indiciamento dele e do ministro Flávio Dino. O texto foi protocolado na terça-feira, 17, e diz que uma tentativa de golpe de Estado é um “crime impossível”.

Além de Lula e Dino, o documento pede ainda o indiciamento de Saulo Moura Cunha, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e dois membros da alta cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

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