União Brasil acata denúncia e inicia processo de afastamento de Bivar
13 março 2024 às 19h28
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O União Brasil decidiu avançar com o processo que pode resultar no afastamento e na revogação da filiação do deputado federal Luciano Bivar da presidência do partido. Em uma reunião realizada na sede nacional nesta quarta-feira, 13, membros do partido, incluindo deputados, senadores, ministros e governadores, votaram pela continuidade do processo. A votação resultou em 17 votos favoráveis, nenhum contrário e 15 abstenções. As informações são do site Metrópoles.
Conforme estipulado pelo estatuto da União Brasil, Bivar terá um prazo de 72 horas a partir do recebimento da denúncia para apresentar sua defesa, antes que uma decisão cautelar seja tomada pelo partido. Em seguida, a executiva da legenda votará sobre a concordância do pedido, concedendo a Bivar um novo prazo de cinco dias para defesa. A decisão final será tomada em até 60 dias.
Ao chegar à sede do partido em Brasília, o senador Efraim Filho (UB-PB) explicou que a reunião tinha como objetivo analisar o cenário e avaliar as provas que porventura sejam trazidas ao processo, a fim de avaliar a conduta e determinar a possível penalidade.
Os membros do União Brasil discutiram uma representação que solicita o afastamento cautelar de Bivar, com expulsão e cancelamento de filiação do presidente do partido. A representação inclui alegações de ameaças de morte feitas por Bivar contra o presidente eleito da sigla, Antonio de Rueda, e seus familiares, além de “indícios de motivação política criminosa nos incêndios que destruíram as casas” de Rueda e de sua irmã, Maria Emília Rueda, tesoureira do União Brasil.
A reunião contou com a participação de aproximadamente 50 membros do partido, incluindo ACM Neto, Antonio de Rueda, os governadores Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso) e Wilson Lima (Amazonas). Os ministros Juscelino Filho (Comunicações) e Celso Sabino (Turismo) também estiveram presentes.
Rueda e Bivar entraram em conflito pela presidência do partido desde o início do ano. Na segunda-feira, 11, as casas de praia de Rueda e sua irmã, tesoureira da União, foram incendiadas. As propriedades estão localizadas em um condomínio em Ipojuca, em Pernambuco, onde Bivar também possui uma residência.
Na terça-feira, 12, a bancada do partido na Câmara se reuniu para deliberar uma resposta às declarações recentes de Bivar, que se recusa a deixar a presidência. Para Elmar Nascimento, líder do partido na Câmara, Luciano Bivar não representa mais a sigla.
“Todas as declarações, coletivas de imprensa, palavras colocadas por ele não falam pelo nosso partido, pela nossa bancada. Não nos representa”, afirmou o parlamentar.
O partido tem enfrentado conflitos internos desde o início do ano. Em fevereiro, Luciano Bivar, então presidente do partido, tentou permanecer no cargo apesar de um suposto acordo para que Antônio Rueda assumisse a presidência.
Bivar tentou adiar a convenção do partido, que aconteceu no dia 29 de fevereiro, mas acabou sendo derrotado. Antônio Rueda foi eleito presidente nacional da União Brasil, enquanto o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, tornou-se o 1º vice-presidente do partido. O senador Davi Alcolumbre (AP) foi nomeado secretário-geral.
No final de fevereiro, Rueda apresentou uma denúncia criminal contra Bivar na Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), pedindo uma investigação sobre as ameaças.
A alegação de Antônio Rueda, de que Luciano Bivar ameaçou ele e um membro de sua família de morte, é baseada principalmente em um vídeo com pouco mais de 30 segundos.
Segundo a denúncia, as imagens mostram uma conversa entre Rueda e Bivar por telefone, por volta das 23h do dia 26 de fevereiro. No trecho anexado ao processo, uma voz, atribuída a Bivar, ameaça acabar com esse membro da família de Rueda. O vídeo não contextualiza a conversa.
Nesta terça-feira, 12, a bancada do União Brasil no Congresso Nacional anunciou que solicitará à Polícia Federal uma investigação sobre o incêndio na casa de Rueda.
A bancada planeja enviar um ofício assinado por todos os 58 deputados federais e sete senadores do União Brasil ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, pedindo que a PF intervenha no caso e conduza as investigações com celeridade.
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