Uma nova greve “não está fora do radar, mas é o último recurso”, afirmam caminhoneiros
08 dezembro 2018 às 13h40
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Reação se deu após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux sobre suspender a aplicação de multas pelo descumprimento dos preços mínimos do frete
Caminhoneiros não descartaram uma nova paralisação nesta segunda-feira, 10, após a decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender a aplicação das multas a quem descumprir a tabela do frete rodoviário até que a corte decida sobre a constitucionalidade do tabelamento, que não tem data para ocorrer. Com isso, algumas lideranças defendessem a antecipação do protesto para dezembro mesmo. A informações são do ‘Estadão’.
De acordo com o jornal, o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS), Carlos Alberto Litti Dahmer, disse que “a greve não está fora do radar, mas é o último recurso”. “O movimento está bem dividido entre os que querem um confronto direto com o STF e os que acham que ainda tem espaço para avançar pela negociação.”
Uma nova paralisação, que afirmaram não estar descartada, ganhou aderência depois desta última sexta-feira, 7. Mas enquanto perdurar o atual quadro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) ainda pode notificar caminhoneiros e empresas que estejam trabalhando fora da tabela. Essa notificação serve de base para que o motorista entre na Justiça e exija uma indenização equivalente ao dobro da diferença entre o preço praticado e o fixado pelo governo. Mas “não é uma solução ideal”, do ponto de vista dos caminhoneiros.
Enquanto isso, o veículo afirma que há diálogo com a equipe de transição do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e a promessa da Advocacia Geral da União (AGU), formalizada na noite de ontem, de recorrer da decisão de Fux, deram munição às lideranças para conter os ânimos mais acirrados.
O nível de adesão a uma nova paralisação, no entanto, não é o mesmo da greve de maio, que parou o país e causou desabastecimento. Esta greve que contou com o apoio de empresários e transportadoras, agora, pode não acontecer pela forma como estão divididos os próprios caminhoneiros.