Em vídeo publicado no Instagram neste sábado, 26, o candidato à prefeitura de Goiânia Fred Rodrigues (PL) expressa apoio a Gustavo Gayer, após o deputado federal bolsonarista ter sido alvo de operação da Polícia Federal (PF) suspeito de desviar recursos públicos de cota parlamentar e falsificar documentos. Além disso, a PF afirma que o deputado federal Gustavo Gayer desviou recursos públicos da cota parlamentar para financiar os ataques ocorridos em Brasília em 8 de janeiro. “Um cara que não tem nada errado na vida de repente vira a pior pessoa do mundo. Gustavo Gayer -é até difícil falar dele- porque é um cara extremamente correto”, diz Rodrigues.

Na legenda, Fred Rodrigues descreve Gayer como uma pessoa de “reputação e caráter ilibados” que sempre dedicou sua vida a ajudar o próximo. Ele também menciona que acredita que “Deus não permitirá essa injustiça” e encoraja Gayer a crescer diante da “perseguição”. Em seguida, ele termina a mensagem com as palavras “Tamo junto!” e emojis de punhos fechados e mãos em oração.

Gayer teve o celular e computadores apreendidos pela Polícia Federal. Apenas na casa de um dos assessores a corporação entrou mais de R$ 70 mil em espécie. Ao Jornal Opção, a assessoria de imprensa do parlamentar informou que a operação a dois dias do segundo turno das eleições municipais “causa bastante estranheza” e que o processo é sigiloso.

“Falaram que acharam 70 mil reais, parecendo que esses corruptos que a gente está acostumado a ver, que acham 500 mil e milhões, isso sim é corrupção”, defende Fred Rodrigues.

Operação da PF

Ao todo, 19 mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Não há mandados de prisão nesta etapa da operação.

As ordens em Cidade Ocidental, Valparaíso, Aparecida de Goiânia, Goiânia e Brasília, no Distrito Federal. A PF informou que investiga inicialmente crimes de:

  • associação criminosa;
  • falsidade ideológica;
  • falsificação de documento particular;
  • peculato.

De acordo com a PF, as investigações identificaram uma ata falsificada nos documentos de criação da organização social. No quadro social da entidade, havia nomes de crianças com idades entre 1 e 9 anos. Ainda de acordo com as investigações, o assessor que gerenciava a agenda pessoal de Gayer não foi contratado formalmente devido a pendências na Justiça Eleitoral.

“As investigações que fundamentaram a representação policial, agora analisada, começaram no contexto dos atos antidemocráticos de 8/1/2023, após a aprovação das medidas de busca, apreensão, quebra de sigilo telemático e prisão preventiva de João Paulo de Sousa Cavalcante nos autos da PET n. 11.562/DF, por ter financiado, incitado e participado dos ataques aos prédios-sede dos Três Poderes em Brasília/DF”, afirma o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, em sua decisão autorizando as buscas.

Após examinar o celular apreendido com João Paulo de Sousa Cavalcante, a Polícia Federal identificou indícios de desvio de recursos públicos para financiar os atos antidemocráticos, envolvendo o deputado Gustavo Gayer Machado de Araújo, conforme destacou o magistrado.

“[É] um inquérito sigiloso. O que eu sei até agora é que esse inquérito foi aberto no mês passado, 24 de setembro. Está aqui, não dá pra saber nada, não dá pra ter nenhuma informação sobre o que se trata. Eu sei que alguns assessores meus também receberam a busca e apreensão. Um deles, inclusive, é um que trabalha com rede social, fazendo card e vídeo”, disse Gayer em vídeo nas redes sociais após receber a visita da Polícia Federal.