Ultimato de delegados do PMDB é “equívoco político”, diz Antônio Gomide
03 junho 2014 às 11h21

COMPARTILHAR
Pré-candidato ao governo pelo PT defende que peemedebistas perderam o prazo para aliança no primeiro turno por falta de unidade interna, mas não descarta união entre as siglas no 2º turno
O prazo final estabelecido pelos delegados do PMDB tem sido ignorado pela cúpula petista. O pré-candidato ao governo pelo PT Antônio Gomide mantém sua agenda de pré-campanha como se nada tivesse ocorrido na última segunda-feira (2/6), quando peemedebistas decidiram dar uma espécie de ultimato até o próximo dia 8 pela aliança com o PT local ou votar em bloco pelo fim da aliança nacional. Em entrevista ao Jornal Opção Online na manhã desta terça-feira (3), o petista classificou de “equívoco político” o possível voto do PMDB goiano pelo fim da aliança nacional. “Vão votar contra o próprio partido porque o vice [Michel Temer] é do PMDB. Isso é um equívoco, porque esse projeto entre PT e PMDB dá sustentação política aos dois partidos não só no nacional como nos Estados”, considera Gomide.
Dia movimentado no PMDB goiano, na tarde da última segunda a executiva estadual, reunida com as alas irista e friboizista, decidiu por chamar Iris Rezende para a cabeça de chapa e possivelmente antecipar a convenção para meados deste mês. Enquanto isso, Antônio Gomide passava por Goianésia, Vila Propício e Barro Alto, cujos prefeitos são, na mesma ordem, Jalles Fontoura (PSDB), Waldilei Lemos (DEM) e Geraldo Martins (PT). Esta é a terceira vez que ele visita a região.
[relacionadas artigos=”5970,5936,5931″]
Perguntado sobre o prazo para rever a possibilidade de aliança para o primeiro turno, Gomide afirmou que este tipo de ultimato deveria ser do PT, não do PMDB, visto que a cúpula peemedebista teve até 29 de março para definir a cabeça de chapa e assim manter o apoio petista. “Nossa pré-candidatura está colocada, já estamos com as caravanas na rua. É legitima a colocação da pré-candidatura do PMDB, mas não altera em nada nosso projeto”, reitera o ex-prefeito, pontuando que sua pré-candidatura conta com o apoio das direções nacional e estadual. “Não estamos fechados [para o PMDB] no segundo turno”, destaca.
Possíveis alianças
Segundo Antônio Gomide, as conversações com o PROS, PCdoB, PDT e PHS estão bastante avançadas, mas é natural que a declaração de apoio se dê após meados deste mês, “quando teremos mais afunilamento quanto à chapa [majoritária] que dará sustentação a uma chapa forte de deputados estaduais e federais”.
Para o petista, diferentemente do que ocorre com a ala governista e peemedebista, a chapa petista terá mais facilidade para contemplar o anseio desses partidos quanto aos pleitos proporcionais porque o PT possui menos candidatos à reeleição a esses cargos [apenas Rubens Otoni pretende manter-se na Câmara dos Deputados, quanto Mauro Rubem, Olavo Noleto, Edward Madureira e Tayrone di Martino são pré-candidatos a deputado federal]. “Nessas outras chapas já tem muitos deputados que vão buscar a reeleição, então o espaço é restrito”, complementa.
O maior desafio de Iris Rezende quando vier a ser consagrado de fato o candidato do PMDB será buscar o PT já no primeiro turno, possibilidade tratada com esperança por peemedebistas e com receio e frases de impacto por petistas, como demonstrado ontem em matéria do Jornal Opção Online cuja fonte foi o presidente do PT goiano, Ceser Donisete. A (difícil, mas não impossível) aliança garantiria mais partidos coligados, já que muitos dos descontentes com o recuo de Júnior Friboi voltaram a abrir conversação com o petista, como o PCdoB, o PROS, o Solidariedade e o PDT, além de evitar que os dissidentes peemedebistas trabalhem contra a candidatura irista.
Caravana de Gomide
Embora pertença ao partido da base governista, o pepista Mauro Pimenta, presidente da Câmara de Vereadores de Vila Propício, fez menção de apoio a Gomide ao dizer que Goiás precisa de um governador atento às causas do Estado. “Hoje sofremos com o descaso do governo e passamos dificuldades como, por exemplo, estradas sem pavimentação”, disse o vereador durante visita do petista.
Em Barro Alto Gomide concedeu entrevistas a rádios locais e falou sobre os resultados obtidos em Anápolis enquanto chefe do Executivo municipal. Também petista, o prefeito Geraldo Martins engrossou o coro pró-Gomide ao enfatizar que a disputa pelo governo de Goiás não será fácil, mas que tudo do PT “foi conquistado com esforço, muita luta e nesta eleição não será diferente.”
A agenda de Antônio Gomide entre esta terça-feira e domingo perpassa por São Patrício, Pilar de Goiás, Campos Verdes, Cavalcante, Posse e termina no Entorno do Distrito Federal, possivelmente nas cidades de Novo Gama, Valparaíso e Águas Lindas.

