Laudo confirmou que Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos a tiros. Universidade manifestou indignação e pediu empenho das autoridades

Indígena segura cartaz com imagens de Dom Phillips e Bruno Pereira | Kenzo Tribouillard / AFP

A Universidade Federal de Goiás (UFG) publicou nota para manifestar indignação com as mortes do indigenista licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), Bruno Araújo Pereira, e do jornalista inglês Dom Philips. No texto,  assinado pela reitora Angelita Pereira Lima e pelo vice-reitor Jesiel Freitas Carvalho, a entidade lamenta os assassinatos e cobra apuração e punição dos responsáveis.

“As manifestas consternação e solidariedade aos familiares, amigos e colegas de trabalho são necessárias, mas insuficientes para curar a ferida aberta por este ato de barbárie no Brasil. Espera-se das autoridades empenho na devida apuração e punição dos responsáveis. Espera-se que sejam tomadas providências eficazes para cessar crimes e violências nas terras indígenas e em toda região amazônica.”, diz a nota.

O texto ressalta que a UFG abriga o Curso de Licenciatura em Educação Intercultural, que forma professores indígenas de várias etnias. 

Um laudo de peritos da Polícia Federal confirmou, no sábado (18), que Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips foram mortos a tiros, com munição de caça. A motivação do crime ainda não foi divulgada, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal e tráfico de drogas na região. 

Leia na íntegra:

“Vozes silenciadas, Brasil enlutado”

A Universidade Federal de Goiás se junta ao Brasil enlutado e entristecido para manifestar sua indignação pelos assassinatos do indigenista licenciado da Funai, Bruno Araújo Pereira, e do jornalista correspondente do jornal The Guardian no Brasil, Dom Phillips, no vale do Javari/AM. Ambos estavam desaparecidos desde o dia 5 de junho e, agora, suas mortes estão confirmadas pela Polícia Federal.

As manifestas consternação e solidariedade aos familiares, amigos e colegas de trabalho são necessárias, mas insuficientes para curar a ferida aberta por este ato de barbárie no Brasil. Espera-se das autoridades empenho na devida apuração e punição dos responsáveis. Espera-se que sejam tomadas providências eficazes para cessar crimes e violências nas terras indígenas e em toda região amazônica.

A UFG, que abriga o Curso de Licenciatura em Educação Intercultural, que forma professores indígenas de várias etnias, não pode deixar de se manifestar face ao crime que tirou as vidas e calou as vozes de quem se dedica às causas indígenas, à defesa do meio ambiente e da imprensa livre.

Goiânia, 18 de junho de 2022.

Angelita Pereira de Lima – Reitora da UFG
Jesiel Freitas Carvalho – Vice-Reitor da UFG