UFG começa a integrar Aliança Global contra a Fome e a Pobreza do G20
18 dezembro 2024 às 17h24
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Três universidades federais brasileiras formalizaram sua adesão à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, um esforço internacional para erradicar esses problemas até 2030. A Universidade Federal de Goiás (UFG), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se tornaram as primeiras instituições de ensino superior do Brasil a integrar essa iniciativa, cujo objetivo é reduzir desigualdades e fortalecer a cooperação global para o desenvolvimento sustentável.
Angelita Pereira de Lima, reitora da UFG, afirmou que a conquista é uma tarefa importante e um grande desafio estabelecido no G20 pelo presidente Lula. “O papel das universidades é, de fato, colocar o conhecimento, a produção científica, a inovação tecnológica a serviço dos projetos e das boas práticas para o combate à fome e para a redução da pobreza. Na UFG nós temos desenvolvido algumas ações muito importantes em relação à agricultura familiar, como o desenvolvimento do aplicativo que facilita as compras, que vai articular as compras dos alimentos para aquisição da merenda escolar”, destacou Angelita.
Além disso, ela relembrou pesquisas na área de equipamentos e suplementos agrícolas para apoiar a agricultura familiar, o desenvolvimento de sistemas e programas de inteligência artificial aplicadas políticas públicas para fortalecer as prefeituras e as instituições em relação também ao desenvolvimento local, que é um instrumento importante para combater a fome, para a redução da pobreza. “A UFG está reafirmando o seu compromisso com a aliança global e vai disponibilizar todos os esforços para articular os seus pesquisadores, professores, projetos de pesquisa, estudantes em torno dessa grande tarefa, esse grande desafio que é o combate à fome e a redução da pobreza no país”, finalizou a reitora da UFG.
A formalização da adesão foi realizada em uma reunião híbrida nesta terça-feira, 17, com a participação do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, que ressaltou a importância da colaboração das universidades no enfrentamento desses desafios. O ministro destacou que a integração de conhecimentos acadêmicos com as políticas públicas é fundamental para o sucesso de iniciativas como o Plano Brasil Sem Fome e o Plano de Redução da Pobreza. Para ele, o papel das universidades será crucial para aprimorar a eficiência dos programas sociais, além de permitir uma análise mais detalhada dos resultados gerados pelas políticas implementadas.
Adesão das universidades
A adesão das universidades à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza se dá principalmente por meio do pilar de “conhecimento”, um dos três eixos estruturantes da iniciativa. Esse pilar tem como objetivo reunir estudos e indicadores que subsidiem a Aliança, com base na catalogação de boas práticas em políticas públicas no combate à fome e à pobreza, tanto no Brasil quanto em outros países. As universidades serão responsáveis pela produção de dados e análises que ajudarão a moldar as políticas públicas voltadas à redução dessas desigualdades.
A UFRGS também possui uma vasta experiência em áreas que contribuem diretamente para o combate à fome e à pobreza. A universidade é reconhecida pelas suas pesquisas na área de Sociologia do Desenvolvimento Rural e Estudos Agroalimentares, e tem se destacado pelo trabalho desenvolvido nas Faculdades de Agronomia e Veterinária, que buscam promover a produção sustentável e eficiente de alimentos. A reitora da UFRGS, Márcia Cristina Bernardes Barbosa, afirmou que as universidades têm um papel essencial na análise de políticas públicas, ajudando a entender os impactos e resultados das iniciativas em andamento.
Por sua vez, a UFSC é reconhecida por suas contribuições na área de segurança alimentar, com foco na produção sustentável de alimentos, restauração ecológica e conservação ambiental. A universidade também se destaca por sua colaboração com produtores locais, com projetos que buscam promover práticas agrícolas sustentáveis e garantir a proteção da biodiversidade e do clima. A UFSC tem experiência em desenvolver e transferir tecnologias para a produção sustentável, como o trabalho na produção de matrizes de ostras, reconhecido internacionalmente.
Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza funciona com a proposta de integrar esforços de diferentes países para promover uma transição inclusiva e justa, sem deixar ninguém para trás. A iniciativa busca alavancar as parcerias entre governos, universidades e outros setores para coordenar e mobilizar recursos em prol de políticas públicas baseadas em evidências. Para atingir seus objetivos, a Aliança se organiza em três pilares: o pilar nacional, o pilar financeiro e o pilar de conhecimento. O objetivo é garantir que as políticas implementadas sejam eficientes e adequadas às realidades de cada país-membro.
O trabalho conjunto das universidades com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) será fundamental para impulsionar a implementação de políticas públicas mais eficazes e adaptadas às necessidades locais. Além disso, o ministério se comprometeu a aprimorar o acompanhamento e a eficiência dos programas sociais, com base nas análises realizadas pelas universidades, que irão contribuir com dados e soluções inovadoras para os desafios enfrentados pelo Brasil, considerando a sua dimensão continental e diversidade.
Participaram também da reunião outros representantes do MDS, como o secretário-executivo Osmar Júnior e a secretária Extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome, Valéria Burity. A Aliança, que foi lançada no contexto do G20, funcionará como uma plataforma global independente, com o apoio contínuo das futuras presidências do G20 e de outros parceiros internacionais.
Essa colaboração entre as universidades brasileiras e a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza representa um passo importante para enfrentar os desafios relacionados à segurança alimentar e à redução das desigualdades no Brasil e no mundo. Ao unir a expertise acadêmica e o conhecimento científico com as ações do governo, espera-se que seja possível avançar de maneira mais eficaz no combate à fome e à pobreza, contribuindo para a construção de um futuro mais sustentável e justo para todos.