Efetivo de segurança foi reforçado para garantir ordem durante o pleito. Na noite de sábado foram registrados confrontos leste do país

A Ucrânia promove neste domingo (25/5) eleições presidenciais extraordinárias, convocadas após o afastamento do presidente Viktor Ianukóvitch, com o país mergulhado em um conflito armado entre as forças do governo provisório e a insurgência pró-russa do Leste do país.

A grande incógnita destas eleições é como vai correr a votação nas regiões de Lugansk e Donetsk, proclamadas “repúblicas populares independentes” e cujos líderes se recusam a realizar uma eleição que consideram ilegítima.

Mais de 33 milhões de ucranianos são chamados às urnas, sendo que, de acordo com dados da Comissão Eleitoral, grande parte dos 5 milhões de eleitores de Donetsk e Lugansk não poderá exercer o direito de hoje devido ao boicote dos separatistas pró-russos da região.

A Rússia, que Kiev acusa de instigar a sublevação no Sudeste do país, também questiona a legitimidade das eleições mas, na sexta-feira (23), o presidente Vladimir Putin disse que reconhecerá os resultados.

A crise na Ucrânia foi desencadeada em novembro de 2013 com a decisão do presidente, Viktor Ianukóvitch, de não assinar um acordo com a União Europeia e fortalecer os laços com a Rússia. Milhares saíram às ruas em protesto e, ao fim de três meses, Ianukóvitch foi deposto.

O milionário pró-ocidental Petro Poroshenko é considerado o grande favorito nas sondagens, com mais de 20 pontos percentuais de vantagem sobre a antiga primeira-ministra e símbolo da Revolução Laranja de 2004 Iulia Timochenko.

Poroshenko e Timoshenko defendem a integração da Ucrânia à União Europeia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apoiam a operação militar lançada por Kiev no Leste e prometem recuperar a Crimeia, anexada pela Rússia.

O terceiro candidato na corrida, segundo as sondagens, é o banqueiro Serguei Tiguipko, antigo assessor de Ianukóvitch e ex-presidente do Banco Central ucraniano, considerado o candidato do Sudeste russófono.

Quase 100 mil efetivos foram destacados para garantir a segurança durante a votação em todo o país, sobretudo no Leste, onde foram registrados, na noite passada, confrontos na região de Donetsk.