O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou estar “muito confiante” nos avanços das negociações sobre o futuro de Gaza, durante encontro nesta segunda-feira, 29, com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. Foi a quarta reunião entre os dois líderes desde o retorno de Trump ao poder, em janeiro.

Apesar de cada encontro ter gerado expectativas de cessar-fogo, os combates em Gaza já se estendem por quase dois anos, com saldo de mais de 65 mil mortos, segundo autoridades locais.

Segundo a CNN, o plano dos EUA prevê 21 pontos centrais, incluindo:

  • libertação de todos os 48 reféns israelenses em até 48 horas, vivos ou mortos;
  • exclusão do Hamas do governo da Faixa de Gaza;
  • criação de um governo de transição até que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) assuma o controle;
  • proibição de deslocamentos forçados da população local;
  • garantia de que Israel não atacará o Catar novamente.

O Catar, aliado estratégico dos EUA, atua como mediador ao lado do Egito. Em setembro, Israel chegou a bombardear a capital Doha em tentativa de atingir autoridades do Hamas, episódio que gerou forte incômodo em Washington.

Proposta de órgão internacional

O plano também dialoga com proposta do ex-premiê britânico Tony Blair, que sugere a criação da Autoridade Internacional de Transição de Gaza (Gita, na sigla em inglês). O órgão, apoiado pela ONU e países do Golfo, funcionaria como autoridade política e jurídica suprema por cinco anos.

Na semana passada, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, declarou estar disposto a trabalhar com Trump e outros líderes para implementar um plano de paz baseado no reconhecimento do Estado palestino.

Pressão diplomática

O encontro entre Trump e Netanyahu ocorre em meio ao aumento do isolamento internacional de Israel. Países como Reino Unido e França anunciaram recentemente que reconhecerão o Estado palestino, contrariando as posições do governo israelense.

Netanyahu, por sua vez, reafirmou na ONU que a guerra pode terminar “imediatamente” caso o Hamas aceite as exigências de Israel: desmilitarização de Gaza, manutenção do controle de segurança por parte de Israel e criação de uma autoridade civil pacífica entre palestinos.

No domingo, 28, em entrevista à Fox News, Netanyahu admitiu que o governo israelense analisa a proposta americana. Ele chegou a sugerir anistia aos membros do Hamas, desde que o grupo encerre a guerra e libere os reféns capturados em 7 de outubro de 2023, quando o ataque surpresa deixou cerca de 1.200 israelenses mortos.

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