Trump exige que bispa que pediu misericórdia por imigrantes peça desculpas; religiosa diz que não irá se desculpar

23 janeiro 2025 às 17h42

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu que a a bispa da Igreja Episcopal dos EUA em Washington, D.C., Mariann Edgar Budde, peça desculpas após pedir, durante sermão, que se tenha misericórdia de imigrantes e LGBTS. Trump chamou a bispa de “esquerdista radical” e exigiu desculpas públicas.
Mariann, por sua vez, afirmou que não pretende se desculpar com o republicano. “Não sinto que haja necessidade de pedir desculpas por um pedido de misericórdia”, afirmou a bispa. Ela também disse que não é “uma esquerdista radical” que odeia Trump. “Eu não o odeio e rezo por ele”, disse.
Durante seu sermão, que contava com a presença de Trump, a bispa disse: “Milhões de pessoas depositaram sua confiança em você. E como você disse à nação ontem (segunda-feira), você sentiu a mão da providência de um Deus amoroso. Em nome do nosso Deus, peço que tenha misericórdia da gente do nosso país que agora está assustada”.
Desde que assumiu a presidência, na segunda-feira, 20, Trump cumpriu suas promessas de campanha de deter o que ele classifica como “invasão” de imigrantes. Ele prometeu expulsar do país aqueles que estejam ilegalmente dentro dos Estados Unidos.
A bispa afirmou que “lamenta” que suas palavras “tenham provocado o tipo de resposta que provocaram, no sentido de que confirmaram exatamente aquilo de que eu estava falando antes, que é a nossa tendência para ficarmos indignados e não falarmos uns com os outros com respeito”.
Após o sermão, Trump atacou Mariann. “A suposta bispa que falou no Serviço Nacional de Oração na manhã de terça-feira é uma esquerdista radical linha-dura que odeia Trump. Ela trouxe sua igreja para o mundo da política de uma forma muito desagradável. Foi grosseira no tom, nada convincente ou inteligente”.
“Ela não mencionou o grande número de imigrantes ilegais que entraram em nosso país e mataram pessoas. Muitos foram liberados de prisões e instituições psiquiátricas. É uma onda gigante de crimes acontecendo nos EUA”.
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