Tropas de Israel se deslocam próximo à fronteira com Gaza: prazo para evacuação de civis terminou

13 outubro 2023 às 19h15

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Imagens do canal de televisão CNN mostram o movimento de tanques israelenses na região fronteiriça com Gaza nesta sexta-feira, 13. O tempo disponível para que os civis se mudem para o sul da Faixa de Gaza se esgotou por volta de 18h, horário de Brasília, aproximadamente à meia-noite no fuso horário israelense.
Os militares israelenses emitiram uma ordem para que 1,1 milhão de palestinos em Gaza se realoquem para o sul em um período de 24 horas.
Diante da possibilidade de uma possível incursão terrestre em Gaza pelas tropas, os tanques israelenses foram observados pela equipe de reportagem da CNN, que estava posicionada a poucos quilômetros dos pontos onde o Hamas cruzou a fronteira com Israel no último sábado, 7.
Muitos tanques foram vistos em um movimento aparente de reorganização, “preparadas para uma possível invasão”. Israel impôs um prazo de apenas duas horas ao Hospital Al Awda, em Gaza, para evacuar suas instalações, de acordo com informações da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). O anúncio foi feito por volta das 16h, no horário de Brasília.
O hospital, apoiado pela MSF, “ainda estava tratando dos pacientes” no momento do anúncio, conforme relatou o grupo de assistência médica.
Consequências
“As Forças de Defesa de Israel (FDI) pedem a evacuação de todos os civis da cidade de Gaza de suas casas ao sul para sua própria segurança e proteção e mudança para a área ao sul de Wadi Gaza”, afirmaram as Forças de Defesa de Israel no aviso pela evacuação.
Entretanto, a Organização das Nações Unidas (ONU) enfatizou que a execução dessa ordem terá “consequências humanitárias devastadoras”.
“As Nações Unidas apelam veementemente para que qualquer ordem deste tipo, se confirmada, seja cancelada, evitando o que poderia transformar o que já é uma tragédia em situação calamitosa”, disse Stephane Dujarric, porta-voz da ONU.
Stephane Dujarric também destacou que a ordem israelense se aplica a todos os funcionários da ONU e às pessoas abrigadas em suas instalações, incluindo escolas, centros de saúde e clínicas.
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, criticou a resposta da ONU, considerando-a “vergonhosa”, e argumentou que a Organização deveria focar na condenação do Hamas.
O ataque terrorista realizado pelo grupo radical islâmico Hamas contra Israel no último sábado, 7, resultou na morte de pelo menos 1.300 pessoas até o momento, marcando o pior ataque contra civis na história de Israel.
Em resposta, Israel impôs um cerco à Faixa de Gaza, lar de 2,3 milhões de pessoas, afirmando que não fornecerá eletricidade, água ou combustível até que o Hamas liberte os reféns capturados. Além disso, o país está realizando bombardeios que causaram a destruição de bairros inteiros em Gaza, resultando na morte de mais de 1.800 palestinos, conforme informações do Ministério da Saúde palestino.
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