Tribunais de contas agilizam uso de inteligência artificial em fiscalizações

03 setembro 2020 às 06h57

COMPARTILHAR
Tribunal de Contas do Estado de Goiás usou ferramenta de IA para identificar gastos de publicidade em outras dotações

Os Tribunais de Contas do Brasil tem implementado a inteligência artificial (IA) na fiscalização de contas de governos e prefeituras. De acordo com a avaliação da Associação dos Membros de Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), o método pode levar à economia em contratos, denúncias de irregularidades e à transparência perante a sociedade, segundo avaliação da Associação dos Membros de Tribunais de Contas do Brasil (Atricon).
O presidente da Atricon, Fábio Túlio Filgueiras Nogueira, afirmou que a implementação de medidas voltadas à gestão de informações estratégicas, usando ferramentas de inteligência, podem ajudar no tratamento de grandes massas de dados.
“Hoje os tribunais de contas do Brasil são depositários do maior acervo de informações referente ao setor público, à administração pública. Não adianta ter um acervo expressivo se não tem instrumentos, ferramentas, tecnologia suficiente para fazer bom uso desses dados” afirmou Nogueira.
“Praticamente todos os tribunais de contas do Brasil investiram muito em inteligência artificial, um dos ramos da ciência da computação que busca símbolos computacionais e que criam mecanismo que simulam a capacidade humana de pensar e resolver problemas, esse é o grande desafio, o uso de técnicas de inteligência artificial para subsidiar ações de controle”, ressaltou o diretor da associação.
Goiás
Um dos exemplos citados pela Atricon ocorreu no Tribunal de Contas do Estado de Goiás. Uma ferramenta de inteligência artificial foi utilizada pelo tribunal para a análise de dados e acabou identificando gastos de publicidade em outras dotações.
O mecanismo identificava quando os gestores afirmavam que gastavam uma quantia em saúde ou educação, por exemplo, quando, na verdade, o gasto era direcionado para publicidade.
O programa utilizado analisou 152 mil empenhos, identificando 124 com características de gastos com publicidade e propaganda classificados com natureza de despesa não relacionado diretamente a essa finalidade. Somados, eles tiveram valor total empenhado superior a R$ 13 milhões, para o período de 2015 a 2018, que na prática foi utilizado em publicidade e não na área para qual foi destinado oficialmente.
(Com informações da Agência Brasil)