Três das maiores favelas do Brasil estão no DF, segundo IBGE

O Distrito Federal abriga as três maiores favelas em área territorial do Brasil: 26 de Setembro, Sol Nascente e Morro da Cruz I e II. Os dados foram divulgados pelo Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 8.

“É possível constatar que não existe uma relação direta entre as áreas territoriais das favelas e comunidades urbanas e o número de pessoas residentes. 26 de setembro, por exemplo, aparece como a de maior área territorial e, no entanto, não consta na lista das 20 maiores do país em termo de número de pessoas residentes”, diz Christiano Raposo, pesquisador do IBGE.

A favela 26 de Setembro ocupa a maior extensão territorial, mas não figura entre as 20 maiores em população residente. Esse dado ressalta a característica de “horizontalidade” das favelas do DF, devido à localização em áreas planas.

Ranking das maiores favelas do Brasil por área territorial

1. 26 de Setembro – Brasília (DF): 10,5 km²
2. Sol Nascente – Brasília (DF): 9,2 km²
3. Morro da Cruz I e II – Brasília (DF): 5,9 km²
4. Invasão Água Limpa – Itabirito (MG): 5,7 km²
5. Valéria – Salvador (BA): 5,5 km²
6. Coroadinho – São Luís (MA): 5,4 km²

Em termos de população, o Sol Nascente ocupa a segunda posição, com cerca de 70 mil moradores, ficando atrás apenas da Rocinha, no Rio de Janeiro.

Maiores favelas do Brasil por população

1. Rocinha – Rio de Janeiro (RJ): 72.021 moradores
2. Sol Nascente – Brasília (DF): 70.908 moradores
3. Paraisópolis – São Paulo (SP): 58.527 moradores
4. Cidade de Deus/Alfredo Nascimento – Manaus (AM): 55.821 moradores
5. Rio das Pedras – Rio de Janeiro (RJ): 55.653 moradores
6. Heliópolis – São Paulo (SP): 55.583 moradores

Censo 2022

O DF possui atualmente 62 áreas mapeadas como favelas, segundo o IBGE. Planaltina e São Sebastião concentram a maior parte dessas comunidades, onde aproximadamente 198.779 pessoas (6,3% da população) vivem.

Principais favelas do DF

• Sol Nascente: Formada de maneira irregular na década de 1990 e oficializada como região administrativa em 2019. Está a 35 km do centro de Brasília e antes pertencia a Ceilândia, que tem cerca de 280 mil habitantes.
• 26 de Setembro: Criada em 1996 como assentamento pelo governo do DF na região de Vicente Pires. Atualmente, abriga cerca de 10 mil pessoas e ainda não possui regularização completa.
• Morro da Cruz: Localizado em São Sebastião, o processo de regularização teve início em 2021. A comunidade, que surgiu em 2009 como uma área de chácaras, atualmente abriga cerca de 25 mil moradores.

Para que uma comunidade seja classificada como favela, o IBGE considera fatores como: abastecimento inadequado de água tratada; saneamento básico insuficiente; localização em áreas de risco; construções temporárias ou degradadas; alta densidade habitacional, com mais de duas pessoas por cômodo; e falta de título formal de terra e residência.

Leia também:

• Censo do IBGE mostra que Goiás tem 152 favelas e comunidades urbanas; 55 delas são em Goiânia
• Favelas em Goiânia: conheça as áreas onde a população vive sem infraestrutura básica