O torcedor Juvenal Pereira de Carvalho, natural do Maranhão e torcedor do Atlético-GO, foi detido em flagrante domingo, 27, no Estádio Antônio Accioly durante o confronto entre Atlético-GO e Vitória, pela 25ª rodada da Série B. Ele é suspeito de cometer injúria racial contra um torcedor do time baiano.

Conforme detalhado no boletim de ocorrência, R.M.S denunciou que Juvenal Pereira de Carvalho o ofendeu com termos racistas, utilizando palavras como “preto” e “macaco”, além de realizar gestos discriminatórios com a mão e o braço. Testemunhas presentes nas proximidades da arquibancada, onde o incidente ocorreu, corroboraram as alegações e relataram ter ouvido as ofensas.

Posteriormente, Juvenal Pereira de Carvalho se deslocou para outro ponto do estádio, mas foi localizado pelos agentes policiais e conduzido à Central de Flagrantes. Ele enfrentará acusação segundo o Artigo 2º da Lei 7.716/1989, que versa sobre crimes de intolerância, especificamente injúria racial baseada em raça, cor, etnia ou procedência nacional.

Em virtude de ser réu primário e “por não representar ameaça à ordem pública”, conforme a decisão do Judiciário, Juvenal Pereira de Carvalho foi liberado após audiência de custódia no dia seguinte, segunda-feira, 28, e responderá em liberdade.

Durante o curso do processo, ele deverá obedecer a determinadas medidas, incluindo a obrigação de comunicar antecipadamente qualquer mudança de endereço em Goiânia, requerer permissão judicial para viagens fora da cidade, comparecer mensalmente à sede judicial até o dia 5 para prestar informações sobre suas atividades e justificá-las, além de estar presente em todos os procedimentos para os quais for intimado.

O Jornal Opção entrou em contato com a Defensoria Pública do Estado (DPE), que afirmou ter participado da audiência de custódia, mas que não foi “intimada posteriormente em eventual ação criminal”.

Veja abaixo:

A Defensoria Pública do Estado de Goiás representou Juvenal Pereira de Carvalho durante a audiência de custódia realizada nesta data, dia 28/08. No entanto, até o momento, a Defensoria Pública ainda não foi intimada para atuação posterior em eventual ação criminal, nem a Instituição foi acionada por seus familiares.

Outros casos

Este não é o primeiro caso de injúria racial envolvendo torcedores do Atlético-GO no Estádio Accioly. Em 2022, o jogador Fellipe Bastos, ex-Goiás, relatou ter sido alvo de ofensas racistas proferidas por um torcedor do Atlético-GO, quando este o chamou de “macaco”.

Embora Fellipe Bastos tenha registrado um boletim de ocorrência e o incidente tenha sido objeto de investigação pelo Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (GEACRI), o autor das ofensas não foi identificado.

Durante um período de cinco anos, entre 2018 e 2023, o Estádio Accioly enfrentou outros problemas que resultaram em notificações em relatórios de jogo ou em ações perante o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Esses problemas incluíram multas devido a cantos homofóbicos vindos da torcida, invasões de campo e arremesso de objetos no local do jogo.

Leia também: