Governo deve encaminhar nesta semana à Caixa o resultado da análise de 17 milhões de cadastros, entre aqueles considerados inconclusivos por algum motivo ou aguardando processamento

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Em videoconferência com a Comissão Mista da Câmara dos deputados, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, garantiu que todos os brasileiros que solicitarem o auxílio emergencial de R$ 600 até o dia 3 de julho e tiverem o cadastro aprovado receberão as três parcelas previstas, que totaliza R$ 1.800.

“Ninguém precisa se preocupar porque todos os que forem aprovados receberão as três parcelas”, disse Pedro Guimarães aos membros da comissão que acompanha os gastos do governo federal com medidas contra a pandemia de Covid-19.

Ao informar que 50,1 milhões de brasileiros já receberam o benefício, Guimarães destacou que 94% já efetuaram o saque. Ele disse ainda que o governo deve encaminhar nesta semana à Caixa o resultado da análise de 17 milhões de cadastros, entre aqueles considerados inconclusivos por algum motivo (15,5 milhões) ou aguardando processamento (5,2 milhões).

“Já pagamos 50 milhões e temos ainda mais alguns que virão desta analise que a Dataprev e o Ministério da Cidadania irão enviar à Caixa”, disse. “Vamos começar o pagamento, e talvez terminar, nesta semana, mas, certamente, não serão [beneficiados] todos os 17 milhões”, adiantou.

Entre os já aprovados, segundo disse aos parlamentares, 19,2 milhões são beneficiários do Bolsa Família; 10,5 milhões estão inscritos no CadÚnico – cadastro de pessoas em situação de pobreza ou extrema pobreza –; e 20,3 milhões fizeram o pedido por meio do aplicativo ou do site da Caixa (veja infográfico abaixo). Do total de 96,9 milhões de pedidos de auxílio emergencial, 26,1 milhões foram negados (12,1 milhões via aplicativo, 13,3 milhões do CadÚnico e 700 mil do Bolsa Família).

Filas

Guimarães disse que a Caixa adotou diversas medidas para contornar o problema das filas: parcerias com cerca de 900 prefeituras, que ajudam na organização e na triagem fora das agências; acordo com 52 bancos públicos e privados, que podem repassar o crédito aos seus correntistas; e a abertura de todas as agências da Caixa duas horas mais cedo.

Diversos parlamentares reconheceram o esforço da Caixa em operacionalizar os pagamentos em pouco tempo, mas reforçaram a preocupação com aglomerações. “Espero que o pagamento da segunda parcela ocorra sem imagens de pessoas colocando suas vidas em risco”, alertou o relator do colegiado, deputado Francisco Jr.

O grande problema, destacou Guimarães, é que há, pelo menos, 7 milhões de pessoas que ainda não têm acesso a celular ou computador. “São pessoas que precisam de ajuda para sacar em caixas eletrônicos”, disse o presidente da Caixa. “O número de pessoas que não têm conta bancária chega a 20 milhões.”

Invisíveis

Relator do projeto que amplia as categorias beneficiadas pelo auxílio emergencial, o senador Esperidião Amin (PP-SC) indagou Guimarães se a Caixa terá uma dificuldade a mais para alcançar essas pessoas, consideradas por ele “invisíveis” por atuarem na informalidade e não terem conta em banco. O Projeto de Lei 873/20 já foi aprovado pelo Congresso e aguarda a sanção presidencial.

Em resposta, Guimarães ressaltou a decisão do Banco Central de simplificar as exigências para permitir a abertura de 19,3 milhões de contas digitais na Caixa. Essas contas já permitem que o beneficiário receba o auxílio e faça pagamentos e transferências. Em breve, acrescenta ele, haverá uma opção  de saque sem cartão em terminais de autoatendimento (ATM) e em lotéricas.

Segundo o presidente da Caixa, o calendário de pagamentos da segunda parcela deverá ser anunciado em breve e respeitará o mês de nascimento do beneficiário. A ideia é efetuar pagamentos escalonados para evitar que todos se dirija às agências ao mesmo tempo. “Os senhores vão ver que está muito mais equilibrado, porque agora temos a base que já foi paga”, finalizou. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)