Porém, alguns países esperavam acordo mais definitivo sobre ajuda a nações mais pobres que já sentem as mudanças climáticas

“Não há planeta B”, diz cartaz de manifestante ambientalista durante a COP-26 | Foto: Reprodução

A 26ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP-26) foi encerrada neste sábado, 13, com um texto aprovado por seus quase 200 países-membros, após algumas suavizações nos termos do acordo e um pedido de mudança de última hora feito pela Índia.

Pela primeira vez, o documento prevê a redução gradativa dos subsídios aos combustíveis fósseis e do uso do carvão. Mas, mesmo após o encerramento do evento, o conteúdo está longe de ser uma unanimidade.

Além dos trechos incluídos sobre os combustíveis fósseis, a COP-26 finalizou o livro de regras do Acordo de Paris e os pontos que estavam em aberto, como o artigo 6º, que se refere ao mercado de carbono. Na versão final, a Índia pediu de última hora para trocar o termo “eliminação” por “redução” do uso do carvão.

Apesar da assinatura de todos os países-membros, alguns discursos criticaram as questões de “perdas e danos”. Países já afetados pelas mudanças climáticas, como Ilhas Marshall, Tuvalu e África do Sul, defenderam o financiamento de países ricos pelos problemas causados pelas emissões de carbono. Os maiores responsáveis pelo aquecimento do planeta são Estados Unidos, China, União Europeia, Rússia, Índia e Brasil.

Os comentários dos representantes dos mais afetados demonstraram uma certa decepção com a conferência, mas o grupo acabou por assinar o documento, incluindo o G77, a coalização dos países em desenvolvimento.

“Eles vão sair aqui de Glasgow com um gosto muito amargo na boca. Todo mundo cedeu para ter um acordo, porque as mudanças climáticas fazem necessário o fechamento das regras do Acordo de Paris, mas é um texto que não está realmente conversando com a urgência do assunto. A gente não tem na mesa esforços suficientes”, avaliou Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima.

* Com informações do portal G1.