Relator Fábio Lima reapresentou emendas rejeitadas na CCJ e incluiu fixação da data base para o dia 1° de maio de cada ano

Clima ficou quente na apertada sala da reuniões da Comissão Mista da Câmara | Foto: Marcello Dantas
Clima ficou quente na apertada sala da reuniões da Comissão Mista da Câmara | Foto: Marcello Dantas

“Isso é golpe! Seja homem!”, gritou o vereador Carlos Soares (PT) ao presidente da Comissão Mista, Thiago Albernaz (PSDB), após o tucano encerrar a reunião do colegiado nesta quarta-feira (27/5), na Câmara Municipal de Goiânia, que terminou tumultuada (veja vídeo abaixo).

O líder do Paulo Garcia (PT) se portou assim depois da leitura do parecer de Fábio Lima (PRTB), relator do projeto de reforma administrativa do Paço Municipal. É que Thiago Albernaz encerrou os trabalhos sem que fosse dada oportunidade para que os demais integrantes da comissão apresentassem emendas ou discutissem o texto.

A reunião estava suspensa desde o último dia 19 de maio para a realização de audiência pública, que ocorreu na terça-feira (26). A matéria foi aprovada em primeira votação dia 21.

“Foi manobra. Ficou claro que foi para protelar [o trâmite do projeto]. Não tem outro propósito. Tem vários servidores [da Agência Municipal do Meio Ambiente, Amma] aqui. Foi um desrespeito aos servidores e colegas”, reclamou o petista ao Jornal Opção Online. Segundo ele, a intenção é tentar reabrir a reunião antes de terça-feira (2/6) com o vice-presidente da comissão, Zander Fábio (PSL).

A insatisfação do líder se dá especialmente pelo fato de Thiago Albernaz ter fechado acordo verbal com Carlos Soares, garantindo que não seria gerado mais problemas no decorrer da apreciação da matéria.

O mais exaltado foi Deivison Costa (PTdoB), que acusou o tucano de ser arbitrário e atropelar o processo, já que os demais membros da comissão somam 14 vereadores, ou seja, a maioria.

Apesar das manifestações, o regimento interno da Casa permite iniciativas como a do tucano. O vereador disse aos presentes que na pauta da reunião não constava o relatório, mas que ele será inserido na próxima sessão ordinária, dia 2 de junho, às 8 horas. “Golpe é o que a prefeitura quer fazer com essa reforma”, retrucou o peessedebista.

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Na última sessão, Izídio Alves (PMDB) havia pedido que a sessão fosse suspensa para inclusão do projeto e a maioria definiu que sim. Por isso, a insatisfação dos vereadores da base.

Celeridade

Para Denício Trindade (PMDB), é preciso aprovar o projeto o quanto antes em segunda e última votação. “Vem se arrastando há mais de três meses e o propósito dele é de economia. Se protelar demais, não vai alcançar o objetivo. A cidade precisa de investimento, o próprio servidor tem que ter mais segurança”, relata, em entrevista à reportagem.

Relatório

O relatório de Fábio Lima incluiu as emendas rejeitadas pela base na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) na semana passada. Os itens tratam da extinção das secretarias ordinárias e do fim do pagamento de jetons para integrantes de conselhos.

Além disso, pede pela redução de 12 para seis servidores no quantitativo que realiza a liquidação da da Companhia de Processamento de Dados de Goiânia (Comdata, em processo de liquidação desde 2011), a manutenção do Fundo Municipal do Meio Ambiente.

Fábio Lima acrescentou também que a data base seja fixada para o dia 1º de maio de cada ano.