Com a flexibilização dos serviços não essenciais, a tendência é que com as pessoas circulado mais e com o aumento da chance de contaminação cresça a procura por leitos hospitalares

Após quase 14 dias da publicação do último decreto estadual que prevê a suspensão das atividades consideradas não essenciais, em vigor desde o dia 17 de março, não houve a diminuição da procura por tratamento de pacientes contaminados com a Covid-19 e pedidos de internações nos leitos hospitalares da rede privada do estado.

Segundo o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, não há vagas nas unidades hospitalares e fila de espera não parou de crescer.

“Temos pacientes graves nas enfermarias e eles não param de chegar. A situação está ruim. Nós estamos lotados, falta medicamentos. Há uma perspectiva de diminuição pelo isolamento dos últimos 14 dias, mas a situação nesse momento é de dificuldade em acomodar e tratar os pacientes com Covid-19”, afirmou o presidente da Ahpaceg.

De acordo com o documento divulgado pelo governo estadual, com a adoção do modelo 14 por 14, com duas semanas de suspensão das atividades consideradas não essenciais, seguidas de outras duas de flexibilização, o comércio irá reabrir na próxima quarta-feira, 31.

Nessas perspectiva, Haikal Helou pontua que a tendência, com as pessoas circulado mais e com o aumento da chance de contaminação, é que possivelmente terá um crescimento por procura por leitos.

“Eu fico muito preocupado quando dizem que ninguém se contamina no comércio. Que estudo que mostrou isso? Eu me solidarizo com as pessoas  que querem trabalhar mas não conseguem. No entanto, com o aumento da transmissão do vírus teremos um crescimento do número de pessoas que não vão conseguir leitos”, destacou.

De acordo com o presidente da Ahpeceg, os dados mais recentes mostra a diminuição de internações dos idosos acima de 80 anos, com o reflexo da vacinação. Por outro lado, nas últimas três semanas aumentaram os pedidos de internações do grupo mais jovens.

“Aquela ideia de que a Covid-19 só matava os idosos deixou de existir. Agora você percebe que todo mundo tem o risco e algumas pessoas desenvolvem complicações. Aumentou o  tempo de internação, da gravidade da doença e a velocidade com que evolui”, frisou.

Medicamentos e cilindros de oxigênios

Os hospitais privados de alta complexidade do estado de Goiás enfrentam a falta de medicamentos e insumos para o tratamento da Covid-19. Além do limite dos cilindros de oxigênio, visto que não é possível fazer maiores encomendas ou reservas do produto.

“Houve o aumento considerável do consumo de oxigênio. Mas não conseguimos adquirir um número maior para aumentar nossa capacidade. Cada unidade hospital tem um limite de compra. Em relação a medicação, há uma falta grave e nós não conseguimos comprar também”, revelou Haikal Helou.