Advogado preside a Comissão Especial dos Estudos Jurídicos da Advocacia Conservadora, criada em fevereiro deste ano e alvo de polêmica

Telêmaco Brandão e Pablo Marçal: apostas do Pros | Foto: Reprodução

Presidente da Comissão Especial dos Estudos Jurídicos da Advocacia Conservadora (Cejac), cuja criação foi alvo de críticas e resultou na primeira polêmica envolvendo a nova gestão da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Goiás (OABGO), o advogado Telêmaco Brandão é o primeiro integrante da entidade a deixar a função para disputar as eleições de outubro. Pré-candidato a deputado federal pelo Partido Republicano da Ordem Social (Pros), que tem o coach goiano Pablo Marçal como nome para a presidência da república, ele pediu renuncia na última quarta-feira, 25 e a aguarda deferimento do pedido. A decisão deve ser tomada nesta segunda-feira, 30, durante a reunião da diretoria. A homologação de renúncia é uma das previsões da pauta.

Apesar de entender que seria possível conciliar a agenda eleitoral e as atividades como membro da OAB, o advogado disse que, por prudência e para preservar a instituição, decidiu se afastar da liderança da Cejac. “Busquei me prevenir de ser injustamente acusado de me valer da minha posição de presidente de comissão na disputa eleitoral. Entendi, por bem, pedir a renuncia seguindo a recomendação da mesa diretora”, afirma ao Jornal Opção. A expectativa o pedido seja acatado, já que o presidente da OAB, Rafael Lara, tal qual ocorreu nos dois últimos pleitos, editou resolução que disciplina o envolvimento político dos membros da ordem. O ato normativo, do último dia 20, objetiva blindar a instituição de instrumentalização político-partidária. Ele impõe vedações a conselheiros, diretores e ocupantes de funções de livre nomeação.

Telêmaco endossa a medida da entidade, que também é aplicada em âmbito nacional, e acredita que a atual configuração política do país impõe sacrifícios. Segundo ele, “cidadãos de bem” paulatinamente se afastaram do cenário político e isso permitiu que a arena pública fosse ocupada por pessoas de outro perfil. “Defendo que voltemos a ocupar o espaço que é nosso e é a isso que me proponho”, diz.

Além de presidir uma comissão que foi alvo de controvérsias, inclusive resultando em emissões de notas de repúdio, porque os titulares – ele e o vice, Cristovam do Espirito Santo Filho – se posicionam publicamente a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) e contra pautas como obrigatoriedade de vacinação, comunismo e a China, Brandão conseguiu projeção por meio de participações em debates políticos em veículos de comunicação. “Venho, há anos, participando do debate político público como comentarista de rádio e TV. Diante da minha forma de posicionar, muitos amigos sugeriram que eu saísse candidato, o que vi com bons olhos, considerando que é algo que realmente considero relevante”, acrescenta. Como o nome posto e em breve fora da OAB, segundo Telêmaco, agora cabe aos “amigos e seguidores” decidirem se ele está ou não apto a representá-lo no Congresso Nacional.