Taxa de juros: o esperar da super quarta mais imprevisível do ano

18 junho 2025 às 10h17

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Este dia 18 é de ‘super quarta’ — tanto o Banco Central (BC) quanto o Federal Reserve americano divulgam as taxas de juros nos dois países. O clima é de indefinição: segundo pesquisa da B3, 61% dos investidores brasileiros apostam na elevação da Selic para 15%, enquanto 37,50% veem uma manutenção em 14,75%. O Federal Open Market Committee (Fomc), do Fed, pode manter os juros americanos em 4,25% ou elevá-los a 4,5%. A divulgação oficial dos resultados deve acontecer durante a tarde do Brasil.
Atualmente em 14,75% ao ano, a Selic está no maior nível desde agosto de 2006. Desde setembro do ano passado, a taxa foi elevada seis vezes seguidas. Com inflação em 5,25% ao ano, distante da meta de 3%, é possível que os juros tenham nova alta. Na última reunião, em maio, o Copom aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual e defendeu o compromisso de devolver a inflação para o centro da meta. O documento fala sobre próximos passos como “cenário de elevada incerteza”.
Enquanto no Brasil a incerteza decorre de relação das medidas do governo para equilibrar as contas, nos Estados Unidos o conflito entre Irã e Israel é a fonte de insegurança. Os pronunciamentos do presidente americano, exigindo rendição incondicional do Irã, indicam intenção de intensificar a participação americana em mais um conflito internacional.
A expectativa do mercado americano, entretanto, é de que a taxa de juros seja mantida em 4,25%. A pressão política sobre o presidente do Fed, Jerome Powell, tem aumentado. O presidente Donald Trump tem feito ataques a Powell e afirmado que a alta da taxa dificulta o acesso de empresas e consumidores a empréstimos. Indicadores como FedWatch, do CME Group, descartaram redução.