Taxa de infecção por Covid-19 no Brasil é a maior desde Maio, aponta estudo
24 novembro 2020 às 15h19

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Índice que aponta o ritmo de contágio subiu de 1,10 para 1,30 nos últimos 14 dias

De acordo com dados do Imperial College de Londres, Reino Unido, a taxa de transmissão (Rt) do novo coronavírus é a maior desde o mês de Maio. A atualização da estimativa foi divulgada nesta terça-feira, 24, e se refere à semana que começou na segunda, 23.
O relatório mostra que o índice está em 1,30. Isso significa que cada 100 pessoas contaminadas estão transmitindo o vírus para outras 130. Entretanto, a margem de erro aponta que este número pode ser ainda maior (1,45) ou menor (0,86).
A última vez que a taxa de transmissão esteve tão alta no Brasil foi no dia 24 de Maio. O índice chegou a apontar 1,31, podendo atingir até 1,34 de acordo com a margem de erro da época. Os pesquisadores apontaram que a notificação de mortes e casos estão mudando no Brasil e que os dados devem ser examinados com cautela.
Traduzindo os números, quando o índice Rt está acima de 1, significa que uma doença, qualquer que seja ela, está em ritmo acelerado de transmissão. Quando está abaixo, significa que o número médio de novas contaminações está caindo.
Na segunda-feira, 23, pesquisadores da USP divulgaram uma nota afirmando que o Brasil vive o “início de uma segunda onda” de contaminações. Eles apontaram três motivos principais para que isso esteja acontecendo:
- Falta de testagem e rastreamento dos casos
- Falta de uma “política central coordenada, clara e eficaz de enfrentamento da situação”
- Afrouxamento das medidas de distanciamento social
Testes vencidos de Covid-19
A comissão mista do Congresso que acompanha as ações de combate à pandemia do novo coronavírus aprovou o convite para que o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, explique as reuniões com laboratórios clínicos que desenvolvem vacinas contra a Covid-19.
Os senadores também aprovaram outro requerimento que requer explicações do ministério a respeito do Governo Federal não ter repassado ainda para estados e municípios mais de 6 milhões de testes, que terão seu prazo de validade vencido entre dezembro deste ano e janeiro de 2021.
No domingo, a pasta do Governo informou que deve assinar cartas de intensão com cinco laboratórios que estão desenvolvendo vacinas contra a Covid-19.
Essas conversas não incluíram a empresa chinesa Sinovac, responsável pela vacina Coronavac e objeto de disputa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). A Sinovac e o Instituto Butantan assinaram um acordo de parceria para testar e produzir a vacina no Brasil.
Em relação aos testes para detectar o coronavírus que vão vencer, os exames são do tipo RT-PCR, considerados como padrão-ouro para diagnóstico, e estão estocados num armazém do governo federal em Guarulhos (Grande SP) sem terem sido distribuídos para a rede pública.
[Esta matéria conta com informações do Portal G1 e Folha de S. Paulo]