Tá no Ar, da Rede Globo, faz piada com Lula, Bolsonaro, Ciro e Alckmin
18 abril 2018 às 12h04
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Programa humorístico da emissora carioca, que foi transmitido no final da noite de terça-feira (17/4), adotou críticas ácidas aos principais pré-candidatos a presidente
Elogiado pelo colunista Maurício Stycer no domingo (15/4) no texto “Louvado seja o Tá no Ar” (Folha de S. Paulo) pela liberdade e ousadia quase solitária do programa Tá no Ar: a TV na TV, da Rede Globo, em criticar o excesso de religião nos canais de televisão abertos no Brasil, o semanário humorístico da emissora carioca se jogou sem medo em outro tema no episódio exibido na noite de terça-feira (17): a eleição presidencial de 2018.
Os alvos das piadas foram quatro dos principais pré-candidatos a presidente da República. O primeiro a virar motivo de gargalhada foi o agora preso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “E aí, preocupado com o sítio?”, pergunta o personagem do ator Eduardo Sterblitch ao parceiro de cena Welder Rodrigues.
Depois de reclamar que está “com um problemão com o meu sítio, a minha casa de praia” na mesa do bar, ouve a solução do companheiro de boteco: “Meu irmão, eu sei o que você precisa”. A solução, que faz o protagonista esquecer tudo, até que tem sítio e casa de praia, até de que deveria pagar a conta, chama-se “Luiz in ice tea”, que “refresca tudo, menos a sua memória”. Clique aqui e veja o vídeo.
Na sequência, foi a vez de Geraldo Alckmin (PSDB), ex-governador de São Paulo, ser tratado como um candidato insosso. No quadro, Sterblich vive um homem de paletó que chega ao balcão do bar e pede um uísque ao ator Márcio Vito, que interpreta o barman. Perguntado se quer a bebida da direita, o cliente diz que não. E também não aceita do da esquerda. “Eu queria esse aí bem do centro”, aponta.
É quando entra a frase para consagrar o produto: “Johnnie Walckmin – sua escolha envelhecida 12 anos”. Com empolgação após dar um gole no uísque do centro, o cliente não poupa elogios à bebida. “Ummmmmm! Gostinho de nada!” Para encerrar, aparece o bonequinho alusivo à marca com um homem que carrega uma pasta e o bordão “Johnnie Walckmin, keep trying (continue tentando)”. Clique aqui e assista.
Lembra o comercial da Pepsi, que o garçom diz “não tem Coca, poder ser Pepsi”? Esse foi o mote da propaganda humorística de Ciro Gomes (PDT), ex-ministro da Fazenda, no Tá no Ar. “Só tem Pepciro, pode ser?”, pergunta o garçom interpretado pelo ator Marcius Melhem. A cliente (Luana Martau), em uma das mesas do bar, aceita a opção disponível: “pode ser”.
Com uma cara de “vai o que tem, né?”, a cliente abre a lata, que solta a pressão de uma vez e a molha inteira. “Ah! Não aguenta pressão. Sempre explode antes”, lamenta o funcionário do bar, que se prontifica a secar o rosto da moça. “Pepciro – esquentada de fábrica”. Veja o quadro aqui.
“Garçom, me vê uma Bolsonácqua”, pede o cliente em uma das mesas com o braço em riste, mesmo gesto feito pelos nazistas em reverência a Adolf Hitler. O clima no bar era agradável até o pedido feito pela pessoa (Marcelo Adnet). De repente, a luz cai, o quadro fica preto e branco e apenas a luz sobre a mesa de Adnet continua ligada.
Três garçons (Maurício Rizzo, Marcius Melhem e Márcio Vito) cercam a mesa do cliente. Um deles tira a garrafa de água mineral do balde com gelo. “Chegou Bolsonácqua, a única água (pausa na fala) com Geisel”, anuncia o funcionário que está em pé atrás do rapaz que fez o pedido, enquanto o rosto dele é afundado na água do balde pelos outros dois garçons. “Cuidado com o que você pede. Beba Bolsonácqua e mate (barulho de tiro) sua sede de passado.” Assista aqui ao vídeo.