Suspeita de matar ex-sogro e mãe dele envenenados teria usado mais de 100 números para fazer ameaças
21 dezembro 2023 às 16h14
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A suspeita de matar o ex-sogro e a mãe dele envenenados teria utilizado mais de 100 números de celular e diversos perfis falsos em redes sociais para ameaçar o ex-namorado, filho da vítima, disse o delegado do caso, Carlos Alfama. A advogada Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, presa na quarta-feira, 20, pelo envolvimento no duplo homicídio, estaria inconformada com o fim do relacionamento com o filho de Leonardo.
A partir das informações iniciais, a investigação solicitou um depoimento de Amanda. De acordo com o delegado, a suspeita alegou que tinha uma “ótima relação com a família da vítima”. A Polícia Civil, no entanto, conseguiu informações de que o filho do Leonardo estava recebendo diversas ameaças por telefone e pelas redes sociais.
“Recebia de 10 a 15 ligações por dia de um número que ou o ameaçava por meio de mensagens ou, nas ligações, não falava nada”, diz. O delegado conta ainda que a partir dessas novas informações, era preciso descobrir a autoria das ameaças.
Mesmo utilizando uma tecnologia para mascarar o número original, a Polícia Civil descobriu que o número cadastrado era do irmão de Amanda. “Ela, num momento de desatenção, colocou o e-mail dela e o número de telefone dela para receber o número de recuperação”, disse.
O delegado aponta ainda que a Polícia Civil entrou em contato com a Meta, dona do Instagram e Facebook, para descobrir quem gerenciava os perfis falsos que ameaçavam o filho de Leonardo e sua família. “Esses elementos nos trouxeram a certeza de que ela já ameaçava o filho da vítima e a família dele”, pontua.
O delegado Alfama
conta ainda que após a prisão, um novo interrogatório foi feito com a suspeita que negou a autoria dos perfis e ligações, além de ter se negado a desbloquear o celular para facilitar as investigações.
Motivação
O delegado Carlos Alfama acredita que o crime aconteceu pelo fato de Amanda ter se sentido rejeitada após o término do namoro com o filho de Leonardo. Mesmo separados, ela continuava frequentando a casa dos parentes do ex-namorado, pois afirmou que estava grávida dele. O delegado concluiu, no entanto, que essa gestação é falsa.
No dia do crime, estavam na casa Leonardo Pereira Alves, pai do ex-namorado, Luzia Tereza Alves, avó do ex-namorado, e o marido de Luzia.
A única pessoa “estranha” presente na residência dos Pereiras Alves era Amanda, a ex-nora de Leonardo, conta o delegado. “E foi justamente ela quem levou os alimentos. Ela, naquela manhã, estava hospedada em um hotel de Goiânia, acordou e foi ao mercado e comprou biscoito de queijo, pão de queijo, suco e bolo no pote”, explica.
Falsa psicóloga
O delegado disse que Amanda exercia de forma ilegal a profissão de psicóloga, visto que não tem registro profissional no Conselho Regional de Psicologia de Goiás. Ela, porém, é formada em Direito pela Universidade Luterana do Brasil e tem registro ativo junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Itumbiara.
“Ela está presa em uma unidade prisional da DGAP de Goiás. No momento da prisão ela estava internada em uma clínica psiquiátrica de Goiânia. Antes de ser presa, ela tentou suicídio”, concluiu.
Relembre o caso
Amanda foi presa nesta quarta-feira, 20, data em que afirmou ser inocente perante os jornalistas presentes na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH). A mulher, conforme as investigações, colocou veneno em um lanche servido durante um café da manhã em família no último domingo, 17, em Goiânia.
Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86 anos, começaram a ter dores abdominais e vômito poucas horas depois. De acordo com o boletim, eles chegaram a ser internados, mas não resistiram e morreram no hospital.
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