“Suprema humilhação”, afirma Bolsonaro após colocar tornozeleira

18 julho 2025 às 11h05

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Na manhã desta sexta-feira, 18, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou após ser obrigado a usar tornozeleira eletrônica, medida imposta em meio a mais uma operação da Polícia Federal. Em rápida entrevista à imprensa, concedida logo após o cumprimento da decisão judicial, Bolsonaro classificou a situação como uma “suprema humilhação” e voltou a negar qualquer envolvimento com tentativa de golpe.
Com tom indignado, Bolsonaro disse nunca ter cogitado fugir do país e sugeriu que a suspeita levantada pela PF é exagerada. “Nunca pensei em sair do Brasil. Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem”, afirmou, ao rebater a tese de que poderia buscar refúgio em embaixadas estrangeiras.
A tornozeleira eletrônica foi determinada como uma das medidas cautelares da nova etapa das investigações. Aos 70 anos, Bolsonaro reforçou sua insatisfação com a decisão: “Eu sou ex-presidente da República, tenho 70 anos de idade. Isso é uma suprema humilhação”, repetiu.
Ainda durante a fala à imprensa, o ex-presidente se defendeu de forma enfática. “Nada me coloca em um plano golpista (…) A suspeita é um exagero”, declarou. Ele não entrou em detalhes sobre as novas acusações ou o conteúdo da operação, mas insistiu na narrativa de que está sendo perseguido politicamente.
Bolsonaro também comentou sobre o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), ao ser questionado sobre a possibilidade de ele continuar nos Estados Unidos. “Acredito que sim, se ele vier pra cá ele vai ter problemas”, afirmou. Segundo ele, Eduardo tem boas relações institucionais no exterior. “O Eduardo tem bom relacionamento com o parlamento americano.”
O uso do dispositivo também impõe restrições diretas à rotina do ex-presidente. Segundo ele mesmo relatou, há limites de horário para circulação nas ruas, o que deve impactar suas agendas públicas.
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