Em oitiva por assassinato de Beatriz Lorena, Tiago Henrique respondeu perguntas sobre a relação com a mãe: “Me dou muito bem com ela. Amo muito”

Suposto Serial Killer, Tiago Henrique, em audiência no TJGO (28/4) | Foto: Aline Caetano
Suposto Serial Killer, Tiago Henrique, em audiência no TJGO (28/4) | Foto: Aline Caetano

“Covarde, assassino, vai apodrecer lá.” A família de Beatriz Lorena não segurou o ódio enquanto Tiago Henrique Gomes da Rocha atravessava o corredor em direção à sala de audiência que julga mais um assassinato o qual o suposto serial killer é acusado. Beatriz Lorena morreu em janeiro de 2014, em um domingo, enquanto ia à padaria, no Setor Nova Suíça, em Goiânia.

Desta vez, em audiência nesta terça-feira (19/5), o juiz Jesseir Coelho de Alcântara questionou, pela primeira vez, Tiago sobre suas relações familiares. No momento, o suposto serial killer respondeu a alguns perguntas e disse que tinha uma boa relação com a mãe. “Me dou muito bem com ela. Amo muito”, disse, explicando ainda que não conhece o pai.

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Após ser questionado pelo juiz Jesseir sobre a morte de Beatriz, Tiago garantiu não se lembrar de ter matado a jovem. Uma testemunha garante ter ouvido um tiro, seguido pelo barulho de uma moto acelerando. Tiago sustenta que se lembra de passar em uma avenida principal da região, mas não se lembra da moça, mesmo quando o promotor mostrou fotos.

O juiz Jesseir questionou sobre o que sentia, se ele conseguia se lembrar do fato de relance, como alegou em outros casos. Tiago respondeu que ficou em um bar durante toda a noite, que havia ingerido uma grande quantidade de bebida alcoólica e que só se lembrava de passar pela região e de chegar em casa. “Não posso afirmar nada”, disse ao ser questionado se tinha certeza que não se lembrava do crime.

“Eu saí alucinado, com um sentimento de desespero”, se explicou. Tiago ainda disse, pela segunda vez, que estava arrependido de tudo o que fez. “Mas tudo o que? Explica para a gente, para ficar claro”, questionou o juiz. “Não sei explicar.” Por fim, Tiago disse ao juiz que iria escrever sobre o que se referia. “Aqui fica muito tumultuado”, alegou.

Testemunha do caso, a tia de Beatriz, Sônia Maria de Oliveira, disse o quanto a sobrinha era uma boa menina, amorosa, e que voltaria a estudar naquele ano. “Não havia motivo para alguém matá-la”, disse a tia. Já a irmã, Lorena Eterno, também testemunha do caso, assegurou: “Era religiosa, não tinha inimizade com ninguém.” Ambas chegaram ao local depois do crime, que não possui testemunha ocular.

Esta é a 15ª audiência de Tiago na 1ª Vara Criminal. No local, existem 21 processos de homicídios, sendo que oito já foram mandados à júri popular. Na 2ª Vara estão outros quatro processos.

Segunda Audiência

Também foram ouvidas nesta terça-feira (19), testemunhas do assassinato de Rosirene Gualberto da Silva, morta aos 29 anos enquanto ia para uma danceteria. A irmã, Rosilda, que estava com ela, e foi atingida de raspão pela mesma bala, foi uma das testemunhas. Chorando, a mulher explicou como foi o homicídio.

De acordo com ela, logo após estacionarem o carro, dirigido pela vítima fatal, um homem se aproximou, desceu da moto e, ainda de capacete, pediu a chave do carro. Antes que lhe fosse entregue, ele atirou contra Rosirene. Conforme Rosilda, além disso, o assassino ainda perguntou qual era a relação das duas. “Aí a Rosirene disse que eu era irmã dela, e ele atirou, subiu na moto e foi embora.”